18 fevereiro 2007

21 - Os periquitos

Venho falar-lhe, em jeito de desabafo, dos periquitos que tinha lá em casa, propriedade de minha filha e que, por necessidade, fui obrigado a desfazer-me deles (leia-se oferecê-los). É que, após a compra de dois machos e, mais tarde, de uma fêmea, para eles se divertirem, em princípios do ano passado, a dita cuja, teve a amabilidade de nos presentear, com cinco filhotes. E, para espanto meu, em finais de Março, já por lá andavam mais um ou dois ovos.
Tornou-se a gaiola pequena, a chilreada aumentou, comecei a fartar-me das visitas à loja da comida periquital.. Pela manhã, dedicava-me ao amanho do gado e lavagem de gaiolas. Reforço de comida, ao fim do dia. É que, a dona das aves, era apenas dona para os olhar, pois a manutenção dos mesmos, estava a meu cuidado. Fartei-me, cansado de trabalhar no que não era meu e arrumei-os (daqui o meu abraço ao Filipe, sobrinho da Lurdes, pela amabilidade que teve em os receber).
Ultimamente – e daí a razão desta missiva – voltei a lembrar-me dos periquitos. É que, os lá de casa, davam trabalho, canseira e despesa, mas, estavam sempre na gaiola. Mais, nunca nenhum andou a passear e a fazer férias disfarçado, deixando um sinal em seu lugar. Não, não eram desonestos, eram apenas comilões, palradores, mas sempre presentes no seu posto de trabalho, leia-se, gaiola. Agora, há periquitos e periquitos. De repente, dei comigo a pensar: Porque não meter numa gaiola todos os periquitos que andam para aí a palrar, ou então, fazer como eu fui obrigado e oferecê-los? É que os periquitos lá de casa, só comiam o que se lhes dava, ao passo que os outros, comem o que e onde querem e, também, à nossa custa.

10 fevereiro 2007

20 - Ai que saudades

Realmente estou a ficar um bocado usado. Ao reparar que estão a construir onde era a casa da D. Bertinha Silvério (Baptista por casamento), olhei melhor e lembrei-me de algumas coisas. A Casa da D. Emilinha Timtim, foi-se, a Pensão está a cair, a casa da S’ Claudina desapareceu, a da D. Bertinha está a mudar, a dos Ourives já mudou. As Fertuzinhas, o Canto do Meio e o canto de Cima, não existem. Em frente não temos a D. Aurora e a D. Maria do Rio, a Quesinha do Rabata, o Zé Custódio, o sr. Ferreira do Azeiteiro. Apenas o senhor Noé resiste, qual herói. Do canto de baixo, nem sei se a Quinta existe. Foi neste ambiente, que eu passei os primeiros anos da minha vida. No Largo da Pensão e no Quintal de cima, nos terrenos do canto de Baixo e, de vez em quando, uma fuga até ao adro da Igreja. Tenho saudade dos hóspedes da Pensão, de ver a Milinha Batista a fazer camisolas numa máquina ultra moderna, de ouvir o senhor Batista a ralhar (?) com as asneiras do Artur e das brincadeiras ao fim do dia - só nos dias grandes - no Canto de baixo.
Que nostalgia, que saudades, que…
Este comentário é feito às 09h30 da manhã. Imaginem os amigos e familiares que me lêem, que era à noite…. Que comentários não seriam.
Mas, para este sábado alegrar um pouco e já que há coisas impossíveis, pelo menos algumas mais fáceis que aconteçam. Por exemplo: Que os Juvenis do CART, ganhem ao Hóquei de Braga, os Seniores ao Desportivo da Póvoa e, já que estamos à beira mar, que o Benfica elimine o Varzim. Estes três condimentos, poderiam temperar um pouco, esta saudade que me deu de repente.
Que assim seja.

07 fevereiro 2007

19 - A I.V.G.

Francamente, peço imensa desculpa do que vou escrever, mas ando farto do aborto e da interrupção voluntária da gravidez. Sou obrigado a mudar constantemente de estação, porque não posso ver/ouvir, as senhoras e os senhores, a vomitaram sins e nãos. É que todas as campanhas e todas as sessões de esclarecimento, só contribuem para me baralhar e deixar tudo na mesma, para não dizer pior.
Numa iniciativa da Associação/Jornal Reflexo, foi organizado no Salão dos Bombeiros das Taipas, um debate sobre a pergunta que, no próximo dia 11 de Fevereiro, se colocará a todos os portugueses.
Nesta sessão que, creio, se pretendia fosse de informação, os quatro intervenientes no painel, mais uns tantos na plateia, proporcionaram uma acalorada discussão, defendendo os seus pontos de vista que, para quem lá foi para se informar, pôde dar o seu tempo por perdido.
No painel convidado, a obstetra e o filósofo, um por cada alternativa, com posições extremistas, nada acrescentaram para o esclarecimento dos presentes. Por um, ficamos a saber, que interromper voluntariamente a gravidez até às dez semanas e matar os utentes dos asilos é a mesma coisa. Pelo outro, partindo do campo das teses defendidas pelo adversário, a bolota, pelo simples facto de advir do carvalho, será sinónimo de madeira para fazer soalhos.
Do muito público presente e quando se passou à colocação de dúvidas à mesa, tais não surgiram, pois salvo uma ou duas excepções, os intervenientes, ao contrário de fazer perguntas, defendiam e atacavam, o sim e o não.
Este tema é demasiado importante e melindroso, para andar a ser tratado da forma que anda.
Sou adepto, do “Pimenta na(o) boca dos outros é refresco”. Cada caso, é um caso. Cada consciência, é uma consciência. O filho(a) dos outros, não é o nosso(a) filho(a).
Penso que poucas vezes, desejei tanto uma segunda-feira, como a de 12 de Fevereiro. Para ver se deixam de me azocrinar a paciência, que, também a minha, tem limites.

06 fevereiro 2007

18 - Mais um . . .

Pois é. Já temos outro. No passado dia 26 de Janeiro, às 03h25, nascia o Francisco José, filho do m/ afilhado e neto do José Manuel. Mais um Vilas. Este nasceu em Braga, e é Bracarense, mas por esse facto, não deixa de ser Vilas.
Ao Pai e à Mãe, bem como aos Avós, os parabéns, cá do dono do Blogue. Ah, as tias não têm direito a felicitações . . .
Publicamente peço desculpa aos Pais, por ainda não ter visitado o rebento… mas também ainda não conheço a Joana, por isso!!!

02 fevereiro 2007

17 - Comentário a postagem do "Vermelho Vivo"

Comentário publicado no blogue bandeira-vermelha.blogs.sapo.pt, de Rogério Leite, sob o título conveniências, em 01/02/2007, onde o autor questiona, os horários das reuniões de Junta:

Diariamente, leio o seu bandeira-vermelha.blogs.sapo.pt, como também vou lendo, casimirosilva, jsd-taipas, tiodastaipas, roteirotaipas, mantrainfo, encarnado-e-branco, listenverycarefully, luisfilipemenezes, corta-fitas, e torrecanina, todos (blogspot.com) e o pcptaipas.blogs.sapo.pt, entre outros. Vejo o n/ Reflexo Digital, com muito gosto e até suporto alguns comentários no mesmo. Até passo de vez em quando no nosso caldas-taipas.com, propriedade da n/ freguesia, embora o mesmo seja pouco interessante, por falta de dinâmica.
Vou lendo, vou observando, vou “…andando por aí…” e vejo no seu blogue uma mais valia para as Taipas.
Nele, constatamos a preocupação constante, de privilegiar as coisas da Vila. Até, numa inovação, aqueles que por uma razão ou por outra, não podem/querem estar nas assembleias de freguesia, ficam, pelos seus relatos, a par de alguns acontecimentos passados nas mesmas. A sua manifestada mágoa(?), por actos menos democráticos, compreendo-a, a mágoa, não os actos. Para quem, durante décadas, foi polindo as cadeiras das assembleias e reuniões de junta e foi ouvindo, atenta e respeitosamente, intervenções dos eleitos ou simplesmente de cidadãos, na altura participativos, é uma novidade estes casos que o senhor nos vai relatando.
Mas a cultura democrática, é algo que se vai conquistando, que se vai apreendendo ao longo dos tempos. Nas Associações, nas mesas de café, nas conversas, nas assembleias de associações ou de freguesias. Em abono da verdade, refira-se, há muita gente nova na arte, que de repente se sentiu catapultada para a ribalta e que se deslumbrou. Não é por mal, é por falta da tal cultura democrática. Outrossim, há outros bem respeitáveis – em idade e em frequência destes meios – que, pensando ser moda este tipo de intervenções, se deixem embalar/entusiasmar e, sem querer (se aperceber) apoiam esta nova democracia, que, conhecendo alguns como conheço, de outras lutas, até nem é timbre deles.
Parece-me, humildemente o afirmo, que se está a criar uma cultura de ataque e afrontamentos que, em tempo, saberemos no que irão dar. Na minha opinião, não darão em nada, excepto no escorraçamento de alguns que, como eu, já não têm idade para estas coisas.
Que nunca lhe doam os dedos e vá escrevendo mais coisas, são os meus votos.