26 agosto 2009

131 - As seriedades e as parecenças



Faço parte dos portugueses que felizmente ainda podem gozar férias - embora cá dentro – pelo que, ando menos assiduamente pelas Taipas e nesta segunda metade de Agosto, apenas passo por lá, fugazmente, um a dois dias por semana.

Todavia como qualquer Taipense que se preze e que tenha acesso às novas tecnologias, não dispenso a consulta diária do nosso Reflexo Digital onde procuro - nele e nos blogues - colher notícias da terra.

Foi assim que soube quem eram as listas candidatas às eleições pela CDU (RFX Digital) e pelo PS (blogue). Exceptuando os cabeças de lista, para conhecer os restantes elementos das outras três forças concorrentes, tive de fazer uma deslocação rápida à Praça da Mumadona.

Surpresas nas constituições das Listas? Algumas. Desconhecimento dos candidatos? Alguns. Mas, como diz o repórter de exteriores do Tele Rural, não foi isso que me trouxe aqui. O que aqui me trás a partilhar com os meus leitores - se é que os tenho - é uma notícia do nosso RFX Digital e alguns comentários a essa mesma notícia.

Diz a notícia que a junta de freguesia “(…) vai disponibilizar transporte gratuito para os interessados em participar na sexta edição da “Azurara Beach Party”. Um dos “comentadores devidamente não identificado”, daqueles que tem sempre de criticar, permite-se fazer um comentário estúpido a esta iniciativa, o que me obrigou a fazer também um.

Mas se acho o comentário estúpido, por relacionar a notícia com algo que nada tem a ver, já o seu objecto – da notícia - me deixa algumas dúvidas. Porquê a junta resolver dar a música de Azurara? Estava no seu programa eleitoral? E porque não nos outros espectáculos? E porque não para os jogos dos clubes da terra? E porque não para isto e para aquilo? E – nos comentários - querer equiparar esta iniciativa aos passeios da terceira idade, é um absurdo de todo o tamanho.

Mas no meio desta palhaçada toda, algo me intriga ainda mais. Porquê a colocação de diversos cartazes pela vila, a anunciar a benesse? E porquê a publicidade ao evento, num sítio de uma juventude partidária, que nada deveria ter com o assunto?

Foto: JSD-TAIPAS.BLOGSPOT.COM

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

20 agosto 2009

130 - Os políticos são nossos amigos.


Aos eleitores que conseguem ter férias, os partidos políticos por intermédio dos seus legais representantes, aproveitam todas as ocasiões para os divertir.

Agora, envolvendo os habitantes do Palácio de Belém, é o PSD, por intermédio dum dos seus vice-presidentes, que acusa o PS de criar “rumores, mentiras e insinuações". Por seu lado, o PS, por intermédio do presidente do G.R. dos Açores, diz que suspeita de vigilância é "história ridícula". António Capucho, conselheiro de Estado e gostava de frisar "conselheiro de Estado", diz que “algo de anormal se passou” no caso da vigilância e o nosso primeiro, diz que tudo isto "são disparates de verão".

De disparate em disparate, os senhores que pensam - e são pagos para isso - fazer política, apenas tentam divertir-nos com as suas baboseiras, para nos fazer esquecer as dificuldades por que todos - excepto os políticos - passamos. Não fora a tristeza destas atitudes e muito nos fariam rir.

Já agora - e de certeza na tentativa de nos fazer rir como os políticos - também gostei muito de ler o que uma professora universitária disse ao jornal I. "...eu não tenho bolso, a minha reforma é péssima e, por isso, funciono com o bolso do meu marido.".
E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

13 agosto 2009

129 - Os exemplos


António Barreto, Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas fez o Discurso da função na sessão Solene das comemorações. Dele, na altura, o Paulo Sousa fez algumas transcrições. Pela sua pertinência não resisto em passar algumas partes.

(...) Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com mais elevado sentido de justiça.
Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.
Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.
Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.
Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país.(...)

06 agosto 2009

128 - É tempo de dizer basta.


Gosto de ler as crónicas de Cândido Capela Dias. Este gosto é insuspeito, porque apesar de ser pessoa por quem nutro respeito, os nossos contactos pouco passam do trivial “Bom dia doutor” e pela resposta do “Olá Quim tás bom?”.

Porque não é pessoa de andar a nanar ou comer sono, soube que eu apoiei na campanha anterior a lista do Zé Luís e, ao contrário de outros, continuou a tratar-me da mesma forma.

No blogue do seu partido escreve um artigo, do qual retiro dois parágrafos:
“Basta de gabarolice inconsequente. É necessário servir as Taipas e não servir-se das Taipas para subir na carreira."
"Não se pode perder tempo com birras e bazófias. É tempo de dizer BASTA!
"


Do Reflexo Digital, retiro um outro:
“Os Taipenses são gente orgulhosa da sua história e dos seus Antepassados que tem sido explorada por arrivistas sem conhecimentos, sem cultura política, que se serve dela para fins privados.”

Faço minhas – com o devido respeito – as palavras do sobrinho da senhora D. Marieta do senhor Camilo. Realmente é tempo de dizer basta. Concordo plenamente com estes parágrafos, embora tal não queira dizer que comungue dos mesmos meios. Mas o fim é o mesmo.


E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.