13 julho 2023

560 - As palavras que nunca te direi

Foto gentilmente cedido por Café do Tónio

No Café do Tónio, continuo a passar os olhos pelo jornal, depois do meu primo Chico que é sempre o primeiro. Num destes dias e porque ouvi muito barulho por causa duma intervenção do senhor Ministro da Cultura, pedi o jornal de domingo passado, que por acaso o Tónio ainda tinha, para ler a tal entrevista que tinha gerado tamanha indignação.
Sacado o jornal que já estava "catalogado" para ir para a reciclagem - sim, porque aqui nesta zona da Vila, faz-se reciclagem - procurei o que teria causado tanta indignação aos senhores Deputados da Casa da Liberdade.
Lida a entrevista - não toda mas as partes do alarido - tive de voltar atrás e reler, pois, nas palavras do senhor Ministro, não vi nada de extraordinário.
Aquela dos procuradores de serie B, da década de 80 do cinema americano, estava mesmo muito boa.
No final da leitura, perdoem-me os senhores procuradores, perdão, senhores Deputados, mas dei comigo a pensar quantas pessoas não concordariam com as suas palavras.
Realmente a Comissão de inquérito aos 500 mil da TAP, falou de tudo e mais alguma coisa, ou será, e menos muita coisa?

09 julho 2023

559 - O Fernando, em tempos conhecido como 85.

 
Já não passava por aqui há muito tempo. Hoje, excecionalmente, venho cá. Por um motivo triste, mas que devo registar.
Soube há poucas horas, por telefonema amigo, que o Fernando - o 85 tinha partido. Quando entrei para os Bombeiros, decorria o ano de 1977, o 85 já era Bombeiro de 3.ª. Era dos de Ponte, que com o Chefe Martins e outros, vinham a tempo de apanhar o segundo carro.
Foi um dos que, no famigerado ano de 1987, foi expulso dos Bombeiros por algo que não quero comentar.
O Fernando era um homem simples, afável e que, nos últimos meses/anos, via passear o neto, primeiro num carrinho e agora caminhando, ali para os lados da sede da Freguesia ou do Parque de Lazer.
Num ápice, em poucos dias, deixou de caminhar e partiu.
Ao Fernando - ao 85 - e a uma lista que tenho em casa e à qual vou sinalizando os que partem, a minha gratidão eterna, pelo ato de coragem, de sacrifício e de amizade, que tiveram no longínquo - mas sempre presente na nossa memória - ano de 1987.
Fernando, paz à tua alma e nós, os que restamos dos 14, vos guardaremos na nossa memória, até irmos ter contigo e com os que partiram.