24 abril 2017

486 - Carta aberta aos Taipenses, sejam eles donde forem.

Nestes últimos tempos, que não consigo balizar, temos vindo a assistir a uma disfunção de funções, (passe a redundância, se existir) onde parece andar tudo ao contrário. Os Órgãos ditos democráticos, legitimados por eleições, andam em autêntica disfunção: ao invés de se respeitarem e àqueles que os botaram no sítio a que chamam "casa da democracia", todos os dias nos brindam com autênticos desrespeitos e falta de civilidade.

Os responsáveis de associações onde o futebol é a estrela principal, alguns acumulando com a responsabilidade principal em Sociedades Anónimas "ditas" Desportivas, contrariando a função de "associação" e de "desportivas", incendeiam os adeptos menos preparados, que depois cometem excessos inqualificáveis.

Nós Taipenses, daqueles que por aqui somos nados e criados, que bebemos da água do leão, que para aqui viemos por necessidade ou opção, que aqui trabalhamos ou dormimos, que, que, que, e desde que o queiramos, seremos todos taipenses. Entendo que quando se pergunta a alguém que nasceu num lado e vive noutro, pelas razões acima apontadas, devem dizer: Sou "de", mas vivo "em". Sendo isto um mero pro-forma, o que importa para este comentário, é que por estas bandas - e embarcando na histeria nacional - também os responsáveis, os menos responsáveis e os irresponsáveis, também advogam a disfunção, ou seja, estão preocupados com o "acessório" esquecendo o "essencial".

É o caso do local do amostramento da requalificação do centro da Vila. Já repararam que de há uns tempos a esta parte, já não se discute que "a Câmara não faz nada nas Taipas, que o projeto não presta, que há pouco estacionamento, que os comerciantes vão perder clientes", para discutirem onde é que se mostra o dito cujo?

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

23 abril 2017

485 - Carta aberta ao meu Médico de Família.

Exmo senhor Coordenador da Unidade de Saúde Familiar:
Nesta.

Exmo senhor:
Dignou-se Vexa em consulta efetuada nessa USF em Dezembro de 2011, prescrever-me para redução/combate às maleitas de que me queixava, uma medicação, a qual, segundo os seus doutos estudos académicos, seriam o paliativo indicado para me livrar de tal padecimento.
Cumpri, na integra, o referido receituário. Todavia, passados que foram mais de cinco anos, a caminho dos seis, continuo com as mesmas maleitas.
Como tal não fosse, de per si, motivo bastante para a minha reclamação, tenho a comunicar a Vexa. que o medicamento receitado, não apenas não produziu melhoras, como desencadeou, principalmente nos últimos tempos, um mal estar quase permanente com diarreias constantes e vómitos consecutivos.

Assim sendo, outro remédio (de remediar) não terei, que não seja solicitar ao Coordenador da minha USF, que me transfira de Médico prestador de cuidados de saúde, sob pena de, continuando o tratamento receitado, vir a padecer de diarreia mental compulsiva, o que em nada abonaria a minha saúde, bem como de todos aqueles que, à minha volta, proliferam.

Sendo o que se me oferece, e de momento, sou,
Atento e venerado,
Este que s'assina,




14 abril 2017

484 - Amizade

Foto: GMR Digital (editado by QV)
Não sei se será possível nos tempos que correm, repletos de confusão e de provocações, com afrontas e ataques sistemáticos muitas vezes - quase sempre - infundados e sem provas, promover e pelejar pela unidade, seja ela da família, da comunidade ou do país. No entanto, concordo, não devemos desistir desse objetivo e lutar por ele.

Como habitante há mais de 60 anos da Faixa de Gaza, tenho assistido à animosidade entre os habitantes das duas cidades que nos estão próximas. Numa - a sede do concelho - onde passeei livros durante quase uma década, pude constatar da animosidade para com os da sede de distrito. Na outra, nos tempos atuais, vejo que a "paixão" pelo berço da nação, é recíproca à nutrida pelos vizinhos. E nós, aqui no meio, temos adeptos das duas formações.

Temos visto, esporadicamente, responsáveis nas duas cidades, tentarem, sem grandes comprometimentos, uma aproximação entre as duas sedes de dois concelhos vizinhos. Desejo sorte aos intervenientes e que os seus concidadãos, os sigam - o que já não será tão fácil. Agora, sou adepto de um relacionamento livre e espontâneo, sem "armas" a intimidar o adversário, que se quer amigo.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

09 abril 2017

483 - Amigo

Prop: Vimeo.com
Um Amigo meu hoje faz anos. Pela primeira vez em muitos anos, não lhe vou telefonar a dar os parabéns. Não porque ele não esteja entre nós, mas apenas devido a situações não posso telefonar e será melhor não aparecer para não perturbar esse meu Amigo. Mas não será por não lhe telefonar ou visitar, não será pela minha ausência, que deixei de respeitar e considerar esse meu Amigo. Apenas porque penso, que em certas alturas, a nossa ausência é melhor e mais significativa que a nossa presença.

Sempre gostei deste meu Amigo, que antes de ser meu, já o era de meu Pai. Sempre tive o cuidado de respeitar os Amigos de meu Pai, mas este não era por isso. Este é mesmo meu Amigo. E, apesar de alguma diferença de idade, em muitas ocasiões a conversa era de "rapazes" da mesma idade.

Há Amigos e há amigos. Opiniões diferentes, credos diferentes e até clubes de futebol diferentes. Mas isso para mim não é importante. O meu verdadeiro Amigo pode ser do que quiser, desde que seja meu Amigo. E não precisa de estar de acordo comigo e deve permitir que eu discorde dele. Mas seremos sempre Amigos.

N.B. - Esta colocação não é para ler nas entrelinhas. Nem tem pulga atrás da orelha. É mesmo isto e apenas isto que eu quero dizer ao meu Amigo. E o filho dele, se me ler, sabe do que e de quem estou a falar. Parabéns meu Amigo.