30 março 2017

482 - Aqui nasceu...

Foto: Sara R Oliveira
Li esta semana na blogosfera alguns comentários sobre a frase colocada na cidade de Guimarães - Aqui nasceu Portugal. Hoje esperava pela Sara, sentado frente à casa da D. Maria da Rio, da Quezinha e do senhor Noé, de costas para o esqueleto daquela onde nasci. Sim, sensivelmente por cima da minha cabeça na foto que a Sara fez vê-se uma janela que seria a do quarto n.º 5 onde, no longínquo ano de 1954, minha Mãe deu à luz um magnífico bebé (hoje reproduzido na foto homem feito).

Naquela casa, arrendada por meu Avô e adquirida depois por meu Tio e Padrinho (penso que no último quartel do século passado), foi vendida pelos seus herdeiros legítimos e com legitimidade para o fazer (na primeira década deste século) e mais tarde, segundo esta notícia, adquirida pela Junta de Freguesia de Caldelas.

Hoje, sentado naquele muro onde em tantas noites estivais vi: sentada a Emilinha Tim Tim, depois de estar em amena cavaqueira com a D. Aurora e a D. Maria do Rio; a Quezinha à Janela à espera do sr. Joaquim (ou a ver se o Mingos vinha a horas de Jeito); o sr. Noé a chegar a casa para o almoço domingueiro (com o jornal debaixo do braço), constato que esse movimento desapareceu. Mas, além dessas pessoas, que com o desenrolar normal da vida foram desaparecendo, há outro fator que me entristece: é que, na antiga Pensão Vilas onde nasci, prometeram-nos vezes sem conta que teríamos o movimento normal de um Lar de Idosos e isso, até hoje, nada.

Quer dizer: nada do movimento inerente ao funcionamento de um Lar de Idosos porque, a sua promessa como facto consumado, será feita muito em breve ou não estivesse próximo o dia 1 de outubro.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

27 março 2017

481 - Mesmo vindo disfarçados... sabemos quem anda por trás.

APAJ.pt
Ontem, depois de comemorar em Família o aniversário da minha sogra, passei pela Igreja Paroquial, designada de capela de S. Tomé, para velar o corpo de um amigo e conviver um pouco com os familiares. Nestas ocasiões a conversa vai sempre cair no "lembras-te daquela vez em que" e esta não foi exceção. A determinado passo de colocar as contas em dia de amigos e ex-vizinhos que não se encontram há anos, o Manel puxou à conversa algumas histórias em que a minha mãe e a sua generosidade vieram à baila e outra que eu não me lembrava de maneira nenhuma. É essa que vou reproduzir:

Frente a nós viviam três irmãs: A sra Aurora, a Rosinha e a Laidinha. Boas senhoras que cuidavam dos filhos da primeira e de quem éramos amigos. No quintal adjacente à casa da sra Aurora, pelos vistos e segundo o Manel contou, havia uns morangos e, em determinado dia, o Manel e eu, parece que nos enganamos e saltando o muro experimentamos alguns desses morangos. No dia seguinte a sra Aurora, atravessando a rua, levou - ainda segundo a crónica do Manel - "um pratinho com morangos para a D. Sarinha" e de caminho deu dois ou três ao Manel e disse-lhe "Manel, pega. Come que tu disto nunca provaste." Nesta altura da história, e apesar de velarmos o corpo do Pai do Manel, não resistimos e ambos nos rimos com gosto.

Pois é, a sra Aurora pensava que estava a dar ao Manel algo que ele nunca tinha provado. E nem que tivesse sido a Laidinha a dar os morangos ao Manel, nós sabíamos que era a sra Aurora que "estava por trás da oferta" e o Manel (e eu pelo vistos) já estava farto de provar o que nos era oferecido.

Moral da história: Há pessoas que pensam que nos estão a oferecer novidades, mal sabendo que estamos fartos de as conhecer. E, nem que esse oferecimento venha por outra pessoa, nós sabemos quem está por trás. Por isso... cuidado com o que nos querem oferecer, nem que venha de cara lavada, é mais do mesmo.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.



21 março 2017

480 - As eleições... de 2017

Em alguns jornais nacionais e locais, neste caso do concelho, começam a soltar-se a conta gotas, como deve ser, os candidatos putativos ou confirmados aos diversos cargos a eleger. Ao contrário das eleições legislativas, que elegem apenas um conjunto de pessoas que irão formar a Assembleia da República, as autárquicas são para eleger um presidente de junta e uma assembleia de freguesia.

Para as nossas bandas ainda nada transpira de quem serão os cabeças de lista, nem tão pouco alguns dos componentes das respetivas listas. O que se tem falado, com alguma crítica, é sobre um ou outro candidato que terá mudado de cor partidária das últimas para as próximas, mas isso é algo que acontece a nível nacional - e local, senão todos os anos eleitorais, pelo menos em alguns.

Os "vira-casacas" são criticados pelos simpatizantes dos partidos opositores e/ou que os perderam, que por sua vez, tentam justificar a "transferência" por uma ou outra razão mas, normalmente, a mais apregoada é porque querem servir melhor a sua freguesia.

Sinceramente ainda não me debrucei muito sobre este personagem que, segundo os opositores "vira a casaca", mas que, segundo eles próprios, é para melhor servir a freguesia. Mas tenho constatado, com alguma angústia, aqueles que, sem olhar a meios, apenas olham para a sua barriga sem se preocuparem minimamente com o bem estar da "sua freguesia".

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

15 março 2017

479 - Ora bolas...

Foto:Açorianooriental.pt
Falava-se sobre Segmentação e Diferenciação - segundo o entendido na matéria - duas palavras chave no marketing político. Olhei para os apontamentos que tinha rabiscado e li:
Um político tem de vender esperança, proclamar a desgraça não é um desígnio político. Tem de apresentar soluções. Não basta dizer que está mal. Tem de dizer que isto está mal, mas eu tenho a solução.

Mais à frente, noutro ponto da folha de rabiscos:
Se não tem programa, se não tem nada para fazer, que esteja calado. Se não tenho soluções/propostas não posso criticar os outros. Até se pode construir um candidato, mas tem de ser credível, os votantes têm de acreditar e perceber aquela maneira de criticar.

A ainda relativamente ao Desempenho e à Imagem:
O Desempenho leva à avaliação por parte do consumidor;
A Imagem leva ao sentimento afetivo que temos sobre o candidato ou sobre uma marca.

É claro que eu posso ter percebido mal o que o entendido na matéria terá dito, mas....

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

02 março 2017

478 - O que me cai na sopa.

Foto:CMG
Esta terça-feira foi gorda. Até o golo com o pé fora da Lei foi gordo. Tudo a condizer com gorduras. Falou-se menos dos sms que fazem enjoar que, junto com as gorduras do cozido, seriam ainda mais indigestos. Mas logo a seguir vieram os milhões que saíram ou não dentro da Lei. Demasiadas coisas para digerir. Ah e o CCTaipas, que tem tido resultados excelentes nas últimas semanas, que nos avisa para nos prepararmos que nem sempre assim será e um dia menos gordo poderá trazer/trará a míngua dos pontos que, em nada desvalorizará a magnífica época que estamos a atravessar. Serão apenas coisas da vida. Ou antes, serão os habituais dias de jejum da Quaresma, que nos farão transportar para a Ressurreição Pascal. 

Há um ano escrevi no Facebook, relativamente à sessão de apresentação/esclarecimento sobre a requalificação do Centro das Taipas, que teríamos a "oportunidade de ser esclarecidos (...) e, eventualmente, darmos opinião" sobre  a obra, acrescentando esperar "que a sessão não seja demasiado técnica e politizada, de forma ao cidadão comum não perceber patavina". Ao ler hoje pela manhã esta "memória" cheguei à conclusão que, pese embora a grandiosidade da obra, não fiquei completamente esclarecido. E outros, eventualmente não totalmente esclarecidos como eu, ficaram ainda preocupados com a possibilidade do empreendimento e as obras do mesmo, lhes prejudicarem o negócio.

De repente dei comigo a pensar e a fazer a ligação entre terça feira gorda e quaresma. Entre fartura e abstinência. Entre fartazanas e algum jejum. Transportando para as Taipas e para a política, entre obras já realizadas e asseguradas a sua realização e alguma paragem/meditação/abstinência.  Será que depois de um mandato de fartura - leia-se obras executadas em Caldas das Taipas e ainda outra que avança no período de férias (EB 2,3) - não seria de parar um pouco com a pretensão de avançar imediatamente e com calma, com algum jejum nesta obra de requalificação, explicá-la melhor aos Taipenses e, principalmente, aos diretamente beneficiados com ela? Depois da fartura da carne do Talho do sr. Augusto, que tal umas pencas da Olivinha do Picão?

Pela forma como tem tratado as Caldas das Taipas, facilmente vislumbro que o presidente de Câmara quer o melhor para as Taipas e que estará na disponibilidade de protelar o lançamento desta obra que prometeu para este mandato, de forma a que todos saibamos o que vai sair daquele projeto e que a maioria - porque agradar a todos é impossível - ficará a beneficiar com o empreendimento.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.