27 setembro 2007

48 - O desrespeito

Não vi, mas ouvi nas notícias das sete da manhã e, pouco depois, li por alto no Público Digital. O ex-primeiro ministro, ex-presidente do PSD, ex-presidente das Câmaras de Lisboa e Figueira da Foz e entre outras coisas mais, figura das revistas cor de rosa e menino querido da senhora D. Conceição Monteiro, "A Mãe do PSD", como escrevia, em tempos o JN, deu uma lição aos meios de comunicação social.
Estava Santana Lopes a ser entrevistado sobre o momento actual do PSD, quando a jornalista, interrompeu a emissão, para dar a chegada em directo, ao aeroporto, de uma personalidade portuguesa.
Segundo rezam as crónicas, após o tal directo, Santana Lopes recusou-se a continuar a entrevista.

Hoje em dia, as coisas medem-se, não pela sua importância, mas pelo impacto que podem ter na opinião pública (leia-se, querendo, audiências).
Há um total desrespeito, por tudo, em nome de nada.

É preciso que, de vez em quando, alguém, vá pondo as coisas no seu devido lugar.

23 setembro 2007

47 - Os senhores da cidade e os provincianos...

Duas vezes por semana entram-me porta adentro, dois jornais da cidade. Um, porque pago anualmente a sua assinatura, embora refilando ao cobrador e dizendo sempre, que é a última vez. Outro, pela assinatura paga pela empresa onde, diariamente, dou o meu contributo para a economia nacional.

Dois jornais, dois estilos, duas maneiras de ver as coisas. Esta semana, por motivos diferentes, duas notícias. Uma, dividida em três, li na totalidade. Outra, dividida em duas, li os títulos e uma caixa.


Uma, dividida em três:

(...) Está agendada para as 9,30 horas de amanhã sábado, uma sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Urgeses(...).

Na próxima terça-feira,(...) a Assembleia de Freguesia de Selho S. Jorge-Pevidém, ira reunirem(...).

(...) Na Escola(...) vai reunir (...) no próximo dia 25 de Setembro (...) a Assembleia de Freguesia de Creixomil (...).
"In Notícias de Guimarães"

Outra, dividida em duas:

Ao Expresso do Ave, de 19 de Setembro, os deputados Miguel Laranjeiro e Emídio Guerreiro, falaram, penso eu, porque não li, sobre a sua actividade parlamentar e do concelho. Sobre as Taipas, na tal caixa que mencionei.

Da sua actividade parlamentar e do concelho, não sei o que disseram. Das Taipas, sei. Disseram: NADA.

Então sobre a tal recente polémica/ameaça, o que disseram é literalmente, zero. Bem, nada a que não estejamos habituados, vindo de políticos.

O senhor deputado Emídio Guerreiro, questionado sobre "... as declarações de separatismo...", diz: "Para mim não existe... nas últimas eleições, o MTAC teve uma votação incipiente e tudo ficou esclarecido".(sic). E mais adiante: "Penso que o presidente da Junta foi extremamente claro. E não vamos criar agora um facto que não existe(...). (sic).

Ó senhor deputado. Não existem declarações de separatismo?
Então, em que é que o presidente da Junta foi demasiado claro? Não ameaçou com o concelho das Taipas?
E já agora, para quando o comunicado da concelhia do PSD, sobre o assunto?
Realmente, as pessoas da cidade, fazem de nós, provincianos. E burros.

Mas também deixem-me que Vos diga/escreva. As estruturas locais dos partidos políticos, com excepção do PCP, parece que também não ouviram nada, nem acham as declarações importantes. E algumas - estruturas - tão céleres a comentar sobre tudo e todos, andam muito caladas.

Ou seja, anda tudo a assobiar para o lado.

Eu, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

13 setembro 2007

46 - O abismo . . .

Corriam os tempos do PREC. Entre Agosto de 1975 e Novembro de 1976, cumpria o SMO (Serviço Militar Obrigatório) em Lisboa.
Fruto da minha especialidade de CAR (Condutor Auto Rodas), fazia uma centena de quilómetros por dia, na cidade de Lisboa.
Era (ou tinha sido há relativamente pouco tempo, já não me lembro) primeiro Ministro o General Vasco Gonçalves. Nas paredes do Hospital Júlio de Matos, em letras de grafiti, uma mensagem:
"Vasco volta . . . pelo menos à consulta externa."

Pela mesma altura,um grupo apelidado de anarquista (ou o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, já não me lembro) editou um livro a que chamou, numa sátira ao Livro vermelho de Mao Tsé Tung, de O Livro Vermelho do Galo de Barcelos.
Nesse livro uma citação:
"Portugal estava à beira do abismo. Agora . . . deu um grande passo em frente."

Porque será que esta semana me tenho lembrado muitas vezes destas duas frases?

Como não sei, pronto, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

11 setembro 2007

45 - Ainda o Folclore das Motas

Um Amigo meu, daqueles com A grande, tipo Rui Piteco, perguntou-me se não escrevia sobre o tema actual: As afirmações do representante da Junta de Freguesia, sobre as pretensões autonómicas.

Respondi-lhe que temas destes (confusões e afrontas) não são novos para mim e, rectifiquei-o, dizendo-lhe que esta posição veiculada pelos jornais de Domingo e de hoje, não são as do presidente da Junta, mas sim, DA JUNTA, pois, este orgão é colegial e as decisões são tomadas por maioria.

Relativamente ao concelho, curiosamente, escrevi um texto no REFLEXO, com data de 01 de SETEMBRO de 2000, do qual , abaixo, reproduzirei parte. Essa era a minha posição fez agora SETE anos, que, curiosamente, mantenho.

Para quem tiver paciência, passo alguns excertos:


(...)
4 – Taipas a concelho.
4.1 - Ângelo Manuel "O Campelos das Taipas":
Quer pela sua intervenção na última assembleia de freguesia, quer ainda pelas notícias vindas a lume, ultimamente, na comunicação social do concelho e mesmo nacional, a redacção decidiu conversar com Ângelo Manuel Ribeiro Freitas, que se auto-proclama defensor acérrimo do concelho das Taipas. Pese embora, não querer divulgar os restantes elementos que o compõem, diz-se membro activo do movimento que quer elevar Taipas a concelho, para cuja sigla escolheu M TAC. Não vou dissertar sobre o movimento, nem se será ou não oportuno o seu lançamento e se terá ou não, pés para andar, mas não resisto a comentar o assunto em alguns pontos:

4.2 – M TAC, ou movimento cívico?
Penso – e tenho esse direito porque sou tão taipense como o Ângelo Manuel e como todos os que, eventualmente, poderão estar por trás dele – penso, como dizia, é que o lançamento do movimento, foi um pouco precipitado e, digo eu, antes de um movimento pró qualquer coisa, deveríamos criar, isso sim, um movimento de reflexão, sobre as Taipas – e já o disse ao Ângelo, no final da Assembleia de Freguesia em que ele se deu a conhecer como o colocador dos panos. Se calhar, estamos a precisar todos, de analisar com serenidade e de debater como taipenses, o que somos, o que queremos e para onde vamos. Está provado que não são as intervenções esporádicas do presidente da nossa Junta, em Assembleias hilariantes, com deputados indefesos, que se resolvem os nossos problemas. Eles – Junta e Assembleia – é que deveriam, efectivamente resolver os nossos problemas, porque nós, elegemo-los para isso, mas não se mostrando capazes, pode e deve, ser a população a tomar nas suas mãos, a resolução dos problemas. Só temos duas maneiras para o fazer: substituindo-os nas próximas eleições, - que não estão tão próximas quanto isso - ou então, criando um movimento cívico de reflexão. E todos juntos, Assembleia, Junta, Associações e povo anónimo, vamos debater as questões e analisar se as pessoas instaladas no poder, poderiam e deveriam ter feito mais alguma coisa por nós.

4.3 –M TAC. Será para durar?
Não vejo com grande esperança o lançamento deste movimento. Já o disse há mais de um mês ao Ângelo Manuel e já o repeti em mais duas ou três conversas, que tivemos sobre o assunto. Mais, preveni-o para ver bem quem está com ele. Alertei-o, para ter cuidado, para o nome das Taipas – que tanto quanto eu, sei que ele muito preza – não saia achincalhado, para defender interesses de alguns que estão na sombra e, não os conhecendo, não sabemos com que interesses se servem da luta do Ângelo Manuel.

4.4 – M TAC. A culpa é dos partidos.
Ainda não analisei convenientemente se quero que Taipas seja concelho. Porventura, nem tenho conhecimentos económicos ou políticos, para saber se temos ou não condições para ser concelho. Não sei se as freguesias vizinhas estarão com o M TAC, ou não. Só sei uma coisa: Sou de opinião que a Câmara de Guimarães e os partidos da oposição, nomeadamente o PSD e o PP, não olham para as Taipas da forma que deveriam olhar. Nem têm respeito por nós. A Câmara, porque pouco faz pela freguesia. O PSD, pelo pouco respeito com que nos tratou nas últimas eleições autárquicas, ao deixar a escolha do candidato à nossa Junta, para a última hora. O PP, porque pela voz dos seus dois militantes mais destacados – os advogados Agostinho Pacheco e Luís de Melo – manifestando um total desconhecimento das nossas gentes, não querem que as comodidades e o progresso, se instalem na nossa terra.

4.5 – M TAC. Minha conclusão final.
Que me perdoe o meu amigo Manuel Campelos das Taipas, mas parece-me que para as Taipas ser respeitada, como temos direito, os últimos dois meses da sua actuação, foram, no mínimo, precipitados.
(...)

"In Jornal REFLEXO - O Espelho das Taipas, a 2000/09/01"


Dado que até esta hora, os restantes elementos da Junta, não se demarcaram da posição do presidente do órgão colegial, podemos, presumir, que estão de acordo com a posição. Aliás a nível do PSD, o presidente da concelhia, disse numa rádio local, que aponta "...para uma câmara mais atenta...". Qual? A de Guimarães ou a do concelho das Taipas?

Eu, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

06 setembro 2007

44 - A concentração de Motas e os seus incómodos.

Li no jornal REFLEXO DIGITAL que - e passo a citar (…) A 12ª Concentração Motard, promovida pela “Conquistadores – Moto Clube de Guimarães”, agendada para o próximo fim-de-semana, à semelhança do ano anterior, já está a sofrer contestação por parte de alguns populares das vilas das Taipas e Ponte. (…)
Tive oportunidade de, no mesma jornal e à hora em que escrevo estas linhas (14H20), ler seis comentários, sobre a notícia, ou se quisermos, sobre a realização da prova e dos seus (bene)malefícios.
Não me irei pronunciar sobre os comentários, porque, normalmente, não me acho no direito de comentar comentários, porque eles são isso mesmo e, digo eu, cada um pode/deve, ter a sua opinião.
Tão pouco vou escrever, se a concentração tem benefícios ou é prejudicial para a população. Disso se encarregarão os Leitores que assim o entenderem, nomeadamente aqueles que podem lucrar ou ser prejudicados com a sua realização (Comércio local e moradores afectados).
No entanto, já como Taipense minimamente atento e, modéstia à parte, pouco parvo, já esta mesma contestação me é prejudicial, pela sua temporalidade.
Não seria facilmente presumível que este ano haveria nova concentração? Onde estão as pessoas insuspeitas (pelo bem das Taipas), que deixaram esta contestação para a última hora? Não seria util ter providenciado o diálogo, com as entidades interessadas, para que, neste ano, não fossemos tema de notícias a roçar o ridículo? Sim, porque não me venham dizer, que no ano passado, não fomos ridicularizados. Não teriam os poderes autárquicos a OBRIGAÇÃO, de zelar pelo bom-nome das Taipas e da sua população?
Respeito a opinião das pessoas que querem e das que não querem a concentração. A mim não me beneficia, nem prejudica. Não trabalho em nada que possa beneficiar com a realização e quanto ao barulho, neste fim de semana, em princípio, não estou nas Taipas.
Agora o que me prejudica, como natural, residente e eleitor das Caldas das Taipas, é que o seu bom-nome, seja posto em causa, por razões que desconheço (ou se calhar até não).