02 agosto 2007

42 - Coisas que me apetece esclarecer . . .

Para que não restem dúvidas, este blogue é meu. Chama-se vilas das taipas, porque sou vilas e sou das Taipas e porque me apeteceu dar-lhe este nome.

Todavia, em sub-título, tem o meu nome e diz , que sou neto do Avô Francisco. Logo, estou devidamente identificado.

Felizmente, nunca precisei - e espero nunca cair nessa tentação - de ocultar o meu nome com pseudónimos - ou anónimos - para dizer o que penso (posso não dizer TUDO o que penso e que me apetece, mas o que digo, todos sabem quem o diz).

Algumas vezes, sinto-me prestes a cair na tentação, de abrir a boca. Mas a experiência, aconselha-me a ter tento na escrita e deixá-los passar. Há mais marés, que marinheiros.

Neste meu blogue, nunca rejeitei nenhum comentário, fosse do meu agrado ou não, apesar de todos aqueles que me chegam desse nome tão em voga ultimamente, o cidadão que assina por Anónimo, me apetecer deitá-los para canto.

Para já nunca o fiz, mas não tenho nenhum compromisso para manter esta posição. A qualquer altura, posso mudar de opinião, até porque não conheço este senhor.

Realmente temos duas alternativas (ou mais): ou publicamos, ou rejeitamos. Mas, não deixa de ser triste, que para dizer alguma coisa, tenhamos de nos "anonimizar".


Manuel Alegre, escreveu um texto/crónica, no dia 24 de Julho, no Jornal Público, sob o título “Contra o medo, liberdade”.
Dele, permito-me retirar algumas frases. Assim e no terceiro parágrafo, afirma:
(…) Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.(…)

Mais abaixo, do 4º parágrafo, retiro:
(…)Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia.(…)

A que talhe de foice, vem o Poeta de Argel, perguntará o Leitor? Pois é, algumas vezes – e no meu assobiar para o lado – também me imiscuo nos assuntos nacionais. No caso concreto do ex-candidato a secretário-geral do PS, candidato derrotado nas últimas presidenciais e vice-presidente da Assembleia da República, homem com peso no aparelho de Estado e no partido, seria talvez justo, perguntar-lhe, porque é que em vez de se questionar, não luta dentro dos seus cargos, para anular este estado de coisas.
Ou será que, mesmo a nível nacional, também é moda "assobiar para o lado"?

Eu, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ó Quim Vilas cá para mim este recado é para o Presidente da Assembleia de Freguesia. Escreve no jornal a pedir a união com a camara e depois nas assembleias que é ele quem manda, toda a gente vê o que se passa.
Também gosta de assobiar para o lado.
Taipense esperto

Anónimo disse...

Quem te conhece, Quim, sabe não seres cidadão amorfo, bem pelo contrário, e ninguém te pode pedir que te negues renegando aquilo em que acreditas - o triunfo da verdade sobre a hipocrisia.

Amigo, não esmoreças nem desistas, porque esta vida é uma prova de fundo onde apenas os resistentes chegam ao fim. Claro que há revezes e há a ingratidão. Pior, há muitas vezes o triunfo dos porcos. Mas quem não leva a vida atrás de medalhas e de reconhecimento, como tu e outros, sabe que a história dos hipócritas faz parte da piolhice humana e tu não.

Ana de Brito

Anónimo disse...

Minha Senhora, que riqueza de comentário, "o triunfo da verdade sobre a hipocrisia" seria de facto uma relaidade se tivessemos conhecimento da verdade. No entanto foi-nos prometido transparência nos actos a acções praticadas pelos nossos politicos, mas ao contrário está-se a formar uma pirataria de acobardamento e recusa de fazer chegar á opinião pública o que se faz e o que se pensa fazer, que até dá medo...
por isso ainda bem que há pessoas como o Sr. Vilas das Taipas que tenta principalmente acordar os mais adormecidos, e que Deus lhe dê muita coragem, que eu gosto mto de ler os seus comentários. Até uma próxima

Anónimo disse...

Na realidade, perante tantos anónimos, até me sinto um estranho colocando a identificação. Mas comungo a opinião e a prática do meu amigo Sr. Joaquim Oliveira, e tal como ele (que até nem é nada de assobiar para o lado) para o bem ou para o mal, assumo o que digo e o que faço. Isto para dizer que é efectivamente necessário que muitos daqueles (que nós até vamos sabendo mais ou menos quem são) assumam aquilo que vão dizendo na calada ou publicamente como anónimos. Uma sociedade só é livre e democrática quando cada um individualmente ou representando um colectivo, expõe de forma assumida e sem receios, as suas concordâncias ou divergências, mesmo que estas sejam fracturantes. A pergunta que se coloca neste momento é: sentem-se os cidadãos suficientemente livres de retaliações (e estas podem ser de vária ordem) para dar a cara e o nome denunciando certas situações? A resposta é: claramente não!
E isto acontece a nível nacional e também a nível local. Quem vai acompanhando o pulsar da Vila, vai falando com este e com aquele e vai ouvindo e notando que, discordância e critica à gestão insabida e inócua da actual Junta, é coisa que não falta por estas bandas taipenses. No entanto, inibem-se de assumir uma postura de denúncia e oposição ou fazem-no publicamente com pseudónimos ou anónimos. Porque será?
Quanto ao meu amigo Joaquim Oliveira, mesmo simpáticamente assobiando para o lado, vai deixando no ar música suficiente para uma boa composição. Que o assobio nunca lhe caia.
Um abraço

Anónimo disse...

Amigo:.
O assobiarmos para o lado não pensem (os outros) que em devido tempo não falaremos, e não mostremos a nossa indignação.
Alguém escrevia num Blog que "enquanto uns assobiam nós trabalhamos".Que dirão tantos trabalhadores, que enquanto trabalham, também assobiam?
Um abraço e continuemos a assobiar para o lado, para a frente ou em qualquer direcção.
Nuno