Foto: A.Mendes |
Costumo contar uma história - segundo os meus filhos e a minha mulher, dezenas de vezes - d'um peregrino, no tempo em que andava a roda à sexta-feira, com diretos(?) televisivos e as bolas contadas em tom sonoro, que todas as semanas e antes d'andar a roda, ia à igreja e se virava para o Cristo Crucificado e lhe pedia.
- Senhor, faz com que me saia a lotaria. A ti não te custava nada e a mim fazia-me muito jeito - repetindo esta prece, semanas seguidas e sempre na sexta feira antes d'andar a roda.
Passadas muitas semanas, que se foram avolumando em meses e em trimestres, se não em ano, numa bela sexta o homem voltou com a habitual prece:
- Senhor, faz com que me saia a lotaria. A ti não te custava nada e a mim ....
Fartinho da prece - digo eu - o Cristo, fazendo uso de um milagre, disse do alto da Cruz em voz suave mas a roçar a indignação:
- Ó homem, santa paciência! Pelo menos compra a cautela...
Moral da História:
Sem comprar a cautela, de certeza absoluta que a Lotaria não me pode sair;
Não sendo sócio do "Clube", não posso participar nos atos deste.
Acabada "a moral", resta-me perguntar:
Que sentido faz - entre outras coisas - montar um circo e apregoar artistas se eles não aparecem no espetáculo?
P.S. - Para os mais distraídos, asseguro: "Qualquer semelhança - deste escrito - com a realidade é mera coincidência"E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.
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