11 maio 2014

385 - Em qual delas acreditar ???

"Ao Senhor General António Ramalho Eanes dirijo uma saudação muito especial pela sua presença e pelo testemunho que connosco irá partilhar. Os Portugueses e a História têm uma enorme dívida de gratidão para com o General Ramalho Eanes: à lucidez da sua coragem e ao seu espírito de liderança ficámos a dever o 25 de novembro de 1975, o momento decisivo da consolidação do processo democrático. Primeiro Presidente eleito da história da democracia portuguesa, exerceu os seus mandatos de uma forma exemplar, reconhecida pela sua isenção, pelo seu rigor ético e pela sua fidelidade à Constituição da República."
In Discurso do Presidente da República na Sessão de Abertura da Conferência “Portugal: Rotas de Abril - Democracia, Compromisso e Desenvolvimento”
Fundação Champalimaud, 9 de maio de 2014

"A entrada para o Governo (...) de pessoas que no passado recente estiveram abertamente ao lado do General Eanes, contra o PSD e a AD (...) fere princípios que consideramos básicos para a sua estratégia."
Cavaco Silva e Eurico de Melo analisam seguidamente a actuação do então Presidente da República, general Ramalho Eanes, sublinhando que a sua actuação "tem provocado instabilidade política e crido dificuldades à resolução dos graves problemas que o País enfrenta. Beneficiando de erros alheios, tem procurado desacreditar e enfraquecer os Partidos democráticos e tem alimentado o desenvolvimento de projectos ambíguo que vão claramente contra os interesses e os princípios do PSD."
(...) Cavaco Silva e Eurico de Melo chamam a atenção para a necessidade de "impedir a penetração do General Eanes no PSD".
In Classe Política Portuguesa - Carta enviada às CPD do PSD, em Julho de 1992, subscrita por Cavaco Silva e Eurico de Melo.

Perante os dois textos pergunto na minha inocência: Em que acreditar? No texto de 1992, escrito na ocasião em que Ramalho Eanes era presidente da República ou no discurso simpático desses acontecimentos, passados mais de vinte anos? Se calhar em nenhum.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

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