18 junho 2015

424 - Pinturas, jornais, notícias . . .

Um destes dias a Sara e eu resolvemos envernizar a mesa e as cadeiras do quintal. Posso confessar que foi trabalhoso, mas no final conseguimos alguma satisfação pelo bom aspeto do mobiliário. Embalado pelos elogios recebidos - mas já sem a preciosa colaboração da Sara - meti ombros a outra tarefa: Lixar (no verdadeiro sentido da palavra) o corrimão da varanda e depois pintá-lo. Para não sofrer recriminações por "sujar tudo para não fazer nada", resolvi proteger as peças abaixo da madeira, com papel de jornal. Finda a "primeira mão" e porque achava que iria completar o serviço, deixei ficar os jornais a esperar pelo trabalho seguinte que, até esta hora, ainda não teve efeito.

Ontem à noite passei pela casa do Delfim. A conversa prolongou-se por mais tempo que o habitual. A dada altura perguntou-me se eu tinha montado um quiosque de jornais. Vendo a minha estupefação, deu as razões da pergunta: - É que tenho visto as pessoas na rua a olhar para a tua sacada e como tens lá jornais pendurados, pensei que estavam a ler as notícias.

Seguindo o conselho do Delfim - algo que faço com frequência - hoje de manhã retirei os jornais. De repente veio-me algo de sinistro à lembrança: Será que nos jornais que eu tinha na varanda estavam as notícias onde o Presidente do Conselho e o Comandante Supremo disseram que o BES estava de perfeita saúde? E onde o Presidente do Conselho aconselhava a emigração dos jovens? Será que o Delfim é conivente com este branqueamento?

E - acreditando na bondade da proposta do Delfim - vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

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