09 janeiro 2019

506 - A (in)dependência ou a falta dela.

Foto: QV.
Todos somos (in)dependentes. Para o bem e para o mal. Todos podemos/devemos dizer e agir da forma que achamos mais correta. Claro que a forma que é a mais correta para mim, pode não ser para o outro, mas isso não me impede de pensar/achar, que a minha é a mais correta. Estive a falar em opções individuais. Estive a falar daquilo que apenas me interessa a mim, ou que a mim diz respeito.

Se as minhas opiniões/convicções, deixam de ser individuais, aí o caso muda de figura. Tenho de as discutir, moldar e conciliar com o pensamento coletivo. O coletivo, o conjunto, ou a sua ideia/opção, terá de ser tomada como minha e eu defendê-la como tal. É o custo de pertencer a organizações democráticas.

Posto isto, passemos à minha interpretação sobre as ideias que eu quero inculcar nos outros. Quero que os outros aceitem as minhas ideias e então, faço trinta por uma linha, para "cativar" o desencontrado e trazê-lo para a minha equipa. Se o convencer a aceitar as minhas ideias, tanto melhor. Se não conseguir, pelo memos que faça parte da equipa.

Vamos passar a outra fase, que será a última que se faz tarde. É eu transmitir a minha ideia, convicção, o que eu acho, o que eu quero, como se não fosse isso, mas antes um pensamento e uma afirmação comum. Como se fosse outro a dizer. Como se eu estivesse "a relatar" o que outro disse, quando, na verdade, era apenas a minha ideia.

Dou um exemplo. Eu digo: - O senhor não repita o insulto. Tenha cuidado com o que diz, quando na verdade, o outro nada disse. O "outro" fica tão estupefacto que nem responde, mas a opinião pública, distraída, até pensa que ele disse. Ah, a opinião pública fica estupefacta e a opinião publicada, publica, porque lhe agrada/quer agradar.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, faço de conta que não percebo o que "eles" querem. 


Sem comentários: