Reflexo novembro 1993 |
Andei uns dez
anos - mais ou menos - a escrevinhar no Reflexo. Antes, já o tinha feito
noutros jornais da sede do concelho. Fiz "coberturas" jornalísticas
em várias Assembleias de Freguesia e outras atividades, nomeadamente das
associações da Vila. Sempre - e este sempre é mesmo sempre – separei o relato e a notícia, do comentário, que muitas
vezes fazia ao lado da própria notícia.
Colaborei em
algumas entrevistas, dentro e fora de portas, e nelas, juntamente com o(s)
meu(s) Colegas de jornal, coloquei as questões que entendia pertinentes,
confrontei os entrevistados com posições assumidas, mas sempre dentro da maior
urbanidade e tentando que o leitor ficasse o melhor esclarecido possível.
Hoje, as
coisas não funcionam assim. Saem parangonas que, depois de passar ao texto,
nada têm a ver com o título. Crucifica-se. Esfola-se. Mata-se. Tudo em prol do
que chamam de informação. Sensacionalismos, digo eu. Fazem-se julgamentos,
acusa-se, sem o menor problema e não pensando no leitor, que estamos a induzir em erro. Apenas
o eu, o sensacionalismo, a bomba, a calúnia, interessam. O artista não é o entrevistado, é o entrevistador.
Com os
facebooks passa-se algo de parecido, mas mais tenebroso. Não só anonimamente, mas
com perfis de quem não tem perfil, ataca-se tudo que mexe, desde que não seja
da nossa opinião. E não interessa que estejam a fazer as coisas bem, nem o que
é necessário, nem o que deve ser feito. Tudo o que “os outros” fizerem é mau. E
se for preciso contradizer-se 2, 3, 10 vezes, não há problema. O pobo tem
fraca memória - pensam eles - e não se lembra do que (não) fizemos. É preciso
é camionetas de areia, para deitar para os olhos dos mais incautos.
Mas – como gosta
de dizer o Vereador das Finanças – o caminho faz-se caminhando e, quando
chegarmos ao fim, vamos fazer as medições.
E eu vou
andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.
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