03 setembro 2021

549 - Ajudando a perceber... cada vez menos (iii)

Foto: QV
Um destes dias, surpreendentemente, deparei-me com esta via quase romana. Há um bom par de anos que não passava lá. Estava escondida, protegendo uma promessa não cumprida. Subi estas escadas muitos e muitos anos, local privilegiado para sair da casa onde vi, pela primeira vez, a luz do dia.

O Largo da Pensão era ponto de encontro da miudagem dos Cantos de Cima, do Meio e de Baixo, assim como da Avenida da República: os filhos da Licinha da Seara e da Quesinha do Rabata e nada mais. De outros lugares outros se deslocavam, como os netos do S'Zé Custódio e os filhos do Mendes Carrejão.

Ao local que foi de veraneio para imensa gente e de nascimento para alguns dos Vilas, prometeram que o transformariam numa Residencial Sénior/Lar para Idosos. Transformou-se apenas num lugar feio e sujo a que muitos, por razões diversas, chamam de edifício emblemático. De emblema chegou a ter o do S.C.B., que meu pai costumava dizer que ali estagiava no tempo do Fernando Vaz, e que alguns jogadores fugiam, depois do jantar, descendo por um dos candeeiros junto ao quarto n.º 1.

Quando alguns insultam acusando de aproveitamento de outros, com as candidaturas, posso e tenho o direito de questionar se alguém se aproveitou com o investimento absurdo dos impostos dos contribuintes, sim, impostos dos contribuintes, palavra que muitos gostam de berrar, enterrado naquele edifício feio, sujo e emblemático.

Para aliviar a depressão junto a foto de um amigo, com quem tive o prazer de hoje tomar café.
Foto: QV

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

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