Foto: JoséMaiaFreitas. |
Não é de agora, nem de há meia dúzia de meses, que venho
passando ao papel, o que é para mim as Caldas das Taipas. Sei que há imensa
gente – eventualmente todos os que cá nasceram mais aqueles que a escolheram
para viver – que gostam das Taipas tanto quanto eu. Ou até mais, pelo menos na
ideia deles. Mas tenho o direito – e porque não, o dever – de gostar dela à
minha maneira. E posso e devo dizer/escrever/provar que as pessoas que têm governado
a freguesia nestes últimos doze anos não estão a fazer o que é melhor para as
Caldas das Taipas e para os seus habitantes. Estão a fazer uma política – que
não duvido pensam ser a melhor – que nos tem trazido anos a fio a penar e a ver
outras localidades ocupar, ou pelo menos tentar, o estatuto que nos estava
destinado há muitos anos. Desde tempos imemoráveis que nos revoltamos porque
nos consideramos marginalizados pela cidade, nomeadamente em detrimento da
ex-vila mais importante do concelho: Caldas de Vizela. O seu poder económico, o
seu tecido empresarial, o seu bairrismo, os “seus”, sempre lhes permitiram sentar,
ou darem bem, com a cadeira do poder concelhio. Os industriais de Vizela,
nomeadamente a Família Sousa Oliveira e o seu Comendador – que já no meu tempo
de Escola Comercial dava prémios aos melhores alunos - com o poder económico
que as suas empresas lhe granjeavam, com as suas ligações ao poder central,
sempre alcandoraram Vizela a um patamar que as Taipas também queria, mas não
conseguia acompanhar.
Vizela tinha poder económico e político. Lembro-me que
quando fazíamos a Festa do Aniversário dos Bombeiros, íamos a Vizela pedir os
capacetes de Gala emprestados, porque nós não tínhamos capacetes suficientes. O
Comandante Mendonça Pinto, dos B.V.Vizela, era vereador da Câmara de Guimarães.
Sempre Vizela se impôs e se colocou num patamar acima do nosso. Até as suas
Termas (autoproclamadas de Rainha das Termas de Portugal) tentavam ser
superiores às nossas. Na única coisa que levávamos avante sobre Vizela é que
eles não tinham Governador e nós tínhamos.
Numa das suas muitas intervenções, algumas polémicas, o
presidente da Junta Carlos Remísio Dias de Castro chegou a comentar que se
Vizela fosse concelho tanto melhor para as Taipas, que assim seriam a Vila mais
importante do concelho. O que é facto é que, por razões que não posso
justificar, Guimarães tem neste momento mais de meia dúzia de Vilas e a
importância que deveria ser das Taipas, por longevidade naquela situação, pelo
menos não é notada e, em alguns casos, o desenvolvimento das outras, que a ele
também têm direito, é mais significativo. Este maior desenvolvimento pode
ser/será justificado em alguns casos por carências significativas e noutros
porque estavam/estão em patamares abaixo em relação às Taipas e pela
necessidade de bens elementares que nós já teríamos.
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