22 fevereiro 2019

511 - ... diz-se mal.

Já não é d'ontem e muito menos d'hoje, que publicamente digo/escrevo, que aprecio as crónicas da professora Teresa Portal. Discurso fluído, bem escrito (não fosse ela uma excelente professora), sem papas na língua, diz o que lhe vai na alma e, pelo menos a mim, enche-nos a alma.

Li a sua crónica plasmada ontem ou hoje, com a avidez e satisfação do costume. Fala da Escola, dos Alunos, dos Pais e dos Professores, com conhecimento vivido de tudo o que fala. É da Escola, é Progenitora, é Professora e já foi Aluna. Todos os condimentos necessários para falar, do que sabe.

De tudo o que escreve na crónica - podendo ou não concordar com a sua totalidade, que para o caso não interessa, pois a crónica/opinião é da sua responsabilidade -  retiro duas frases que me "ficaram no olho": 
Quando não se sabe dizer nada de jeito, diz-se mal. É uma forma de participar nas questões essenciais do nosso quotidiano, com desculpas esfarrapadas e afirmações, por vezes, anedóticas.

As palavras/letras são da professora, o negrito é meu. 

Saindo da Escola e vindo para o terreiro da freguesia - ou para lugares mais identificados como p.e. outras crónicas e "facesbooks" - as frases da professora, são como mel em focinho de cão.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

09 fevereiro 2019

510 - Outra vez?

No Reflexo deste mês o Colunista Manuel Ribeiro, escreve sobre a mobilidade na Vila e sobre a Educação, amarfanhando e metendo no mesmo saco a sua aversão à mobilidade e às Escolas dignas desse nome. Foi assim aquando da nova Secundária, num mesmo artigo de opinião publicado em março de 2010, onde criticou a volumetria e outras coisas mais, que nada tinham a ver com a Escola, mas serviam para manifestar o seu amor incondicional de paladino da cidade.

Diz o cabeça de lista da Coligação Juntos por Guimarães - que teima manter essa designação que deveria ser desfeita no dia a seguir às eleições - na crónica "Uma Escola nova e o trânsito entupido"e para a terminar em beleza "será, com certeza, um dia de tristeza para as Taipas que se confrontará com a sua dura e triste realidade: a de ser considerado um ente menor na realidade do concelho".


Francamente. Cada um fala por si. Para mim será um dia de alegria. A Escola, que alguns se contentavam em retirar o amianto, mediante a teimosia de Domingos Bragança, será uma Escola digna e que deveria orgulhar os Taipenses - pelos vistos não a todos. Inaugurada neste ano. Em setembro? Por causa das eleições? E isso que me interessa. Eu quero é uma Escola digna, como quis a Secundária e outros apenas se preocupam, como na Secundária, com danos colaterais. Mas que já existiam. Que já lá estavam quando estava a Escola instalada em barracões.


E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

03 fevereiro 2019

509 - O PROF.

14/10/2014-Meus 60 anos.

Frequentador do Rio Caldo e Foz do Cávado; as pranchas no tejadilho; a chamuça na Pã-Pã; o treinador de voleibol; o personal trainer de António Rodrigues, há muito era passado.

Mas no dia 28 de janeiro, tudo se complicou. Aquele que visitava o Gilinho; que colocava ao Pera questões das avarias dos "seus Clássicos"; que tinha o Tunes por pendura; que no Piteco punha a conversa em dia, com o Quinzinho; que depois de pagar perguntava mais duas ou três se já o tinha feito; que questionava o Ionas, mil vezes, sobre os seguros; que acusava o Quim Vilas "com a mania das pressas"; que mais vezes utilizava o Taxi do Joquinha.

A minha mulher vai deixar de receber os chocolates da Arcádia, por altura do Natal (às vezes depois dos Reis). Lá por casa deixaremos de ter um Amigo habitual, nas festas mais significativas.

A minha amiga Joana (da Barraquinha da Deolinda) não compra mais sardinhas para o Carlinhos e não lhe "dará ordens" para não as comer fritas. O seu Amigo Nuno não mais o ouvirá dizer que não fez as análises, nem foi ao especialista e que as nebulizações são feitas "pelo cigarro". Não mais se queixará que as viagens à Póvoa são chatas, que o condutor "vai pela Nacional e explica-me tudo como se eu não soubesse". Trocaram a de Varzim pela de Lanhoso e "como vai o Carlos Manel não me chateia tanto". Longos, muito longos, vão os tempos em que o 124 Special T aparcava dias a fio frente ao Piteco e este reclamava, tendo apenas por resposta uma olhadela para o cardan partido, um sorriso e uma "sopradela".

Como diz a minha mulher: é um senhor. Crítico mordaz q.b., não se coibindo de dar as suas opiniões e fazer diretamente as suas críticas. Amizades por tudo quanto era sítio. Respeitado. Correto. Amigo.

Todos nós vamos sentir a falta do cheiro do seu cigarro; da sua chávena de café, devolvida quase intacta; da sua imposição para nos sentarmos, quando não temos tempo; do boné gasto; da roupa desalinhada.

Não mais dirá que vai "buscar o Zé Luis à escola" ou "hoje tenho de ir jantar a Guimarães". Não falará dos sobrinhos e das tropelias do Rodrigo. As esplanadas das Taipas ficarão mais vazias e nós sentiremos "um vazio".

Peço desculpas sinceras ao Zé Luis e à Mãe, se acharem que sou inconveniente com estas letras, mas, este era o nosso Carlos Jorge. O Prof.