24 fevereiro 2020

523 - O/Um momento

Foto: Achado
Há factos e pessoas que, pela sua importância, não me passam ao lado.



 - Oh, lá vem este, com a conversa do costume. Falar por enigmas - dizem os meus amigos que são leitores desta coisa. Ora bem. É como eu gosto. Como dizia o outro "é conversa para inteligentes, meu amigo, por isso, é normal que não entendas".

Já o disse/escrevi muitas vezes, que sinto orgulho por ser das Taipas e que, quando alguém de cá aparece na ribalta, fico contente. Pelas Taipas, por ele e, obviamente, por mim. E por esta ordem.

Por outro lado, fico triste, quando alguém que está nas condições do 3º parágrafo, se deixa apanhar por alguns caçadores furtivos, saídos de urgência do armário. Escondidos atrás da moita, pensando ser o momento ideal para botar abaixo aquilo de que nunca gostaram, contam espingardas mesmo onde elas não estão. E, não olhando a meios para atingir os fins, tiram alguns coelhos da cartola. Depois da bonança e vindo a tempestade - sim, sim, por esta ordem - voltam para o conforto do seu armarinho e aguardam pacientemente, que a água passe duas vezes debaixo da ponte.



Fico preocupado. Gente que foi longe, que podia ir mais longe e que, num momento eventualmente de desânimo ou de euforia, se deixa apanhar pelos caçadores furtivos, caindo na esparrela que lhe montaram. Esses, nada mais querem que destruir aquilo que outras pessoas construíram.

P.S. - Para os mais distraídos, asseguro: "Qualquer semelhança - deste escrito - com a realidade é mera coincidência"

E eu vou andando por aí e, por simpatia também vou assobiando.

09 fevereiro 2020

522 - A vida é um ciclo?

Foto: Achado
A vida - tudo na vida - tem um ciclo. Nascimento, crescimento e apagamento. Não podemos morrer antes de nascer, ser velhos antes de sermos novos.
Quando nos aproximávamos da dezena de anos, queríamos, rapidamente, atingir a segunda década. Mas tínhamos de esperar. Depois era "a tropa". Lá íamos/fomos alguns. Chegados, uns tinham pressa de casar, outros de gozar a vida. Casa dos trinta, quarenta, novos horizontes, novas ideias, novas esperanças. Aqueles que chegaram/chegamos ao "sexageneralato", sentimos que estamos a atingir o limite, mas achamo-nos mais maduros, menos impetuosos, mais calmos mas, também, menos condescendentes e mais preocupados com o todo, esquecendo o nós. Tudo terá um tempo e, se quisermos, há tempo para tudo.
Depois de Rosas Guimarães e João Antunes Guimarães, que fizeram - entre outros, é certo - aparecer as Caldas das Taipas no mapa, achavam, os nossos antepassados, que nunca outros existiriam. Enganaram-se. Felizmente estavam enganados. Depois do encerramento das Termas, pensou-se que as Taipas nunca mais seria "Vila Termal". Enganamos-nos. Felizmente estávamos enganados. Depois da construção do Ringue de Patinagem e da sua deterioração subsequente, achávamos que nunca mais teríamos ringue. Enganamos-nos. Felizmente estávamos enganados. Depois da luta do Padre Manel - e outros - para conseguir o ciclo para as Taipas e com a degradação dos "caixotes" pensamos que nunca teríamos outro. E uma Escola Secundária - lol isso é só para Guimarães. E duas primárias novas, nunca. E então, muito menos, alguém imaginar que quando todos - sim TODOS - queriam "tirar o amianto do Ciclo", aparecesse um teimoso a querer uma ESCOLA NOVA. Tudo tem/terá um tempo.
Tudo e todos temos um tempo, que pode ser mais longo ou mais curto, mas é um tempo. Como diz um amigo meu "a vida é uma maratona". Concordo e também acho, que tudo tem o seu tempo. Não devemos apressar o tempo, até porque, tentando-o, podemos perder tudo. O tempo atual que podemos/devemos viver intensamente e o tempo futuro.
Escrevi aqui há dias neste blogue (12 de janeiro) a respeito do Virgílio: Partiu um dos MAIS, da minha geração. Um pouco antes, (02 de janeiro) escrevi: Taipas Turitermas. No ano passado (12 de novembro) divaguei: Carta aberta a... quem quiser perceber.
Hoje, nesta tarde de inverno, divago sobre a vida. Que é um ciclo. Que passa uma vez. Que não podemos perder. Que não devemos estragar.
Sempre tive pavor, ao ter as coisas e perdê-las. A família, os amigos, os haveres, a saúde. Mas o meu pavor aumenta, quando vejo pessoas estragar as oportunidades que a vida e o trabalho, lhes deram. Pessoas que fizeram muito e que poderiam fazer muito mais. Pessoas que, num momento menos bom e porque se sentiram atraiçoados e injustiçados, dão um passo em frente, mas esse passo pode conduzir ao abismo.
E, com esse passo, queimam o seu futuro e levam, atrás de si, todo um projeto comum e todo um trabalho de muitos.
E porquê? Porque não souberam esperar.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.