31 dezembro 2020

543 - Mais um.


Faltam algumas, poucas, horas para terminar mais um ano. Estamos prestes a dizer adeus ao 2020 e preparados para receber o 2021. Não com beijos e abraços, mas, digo eu, de braços abertos. Com coisas complicadas que se nos depararam neste ano que agora finda, mas com coisas positivas de que o mesmo também foi pródigo. E que continuará em 2021, com coisas negativas e positivas.

O covid continuará a andar por cá: a máscara continuará a fazer parte do nosso quotidiano; a desinfeção/lavagem frequente das mãos continuará; a proibição/não aconselhamento de ajuntamentos será um facto. Claro que isto será para mim e para outros como eu, porque há muita gente que acha que "a eles nada lhes pega".

Cá pelo nosso burgo, apesar destes constrangimentos e cuidados, o ano de 2020 foi pródigo em realizações. E o 2021 continuará a sê-lo: umas para continuar, outras para terminar. Sim, estou a falar de Obras. Com "O" grande. Obras almejadas e sonhadas - para não dizer reclamadas - por todos e que finalmente estão no terreno.

A requalificação do centro; a alameda Rosas Guimarães; a Praça. As duas primeiras executadas diretamente pela Câmara Municipal de Guimarães. A última, a expensas da Freguesia. Obras de que nos podemos orgulhar, porque todos as queríamos e todos as achamos necessárias. E quando digo todos, refiro-me mesmo a todos: aos eleitores, que viram nos programas eleitorais que sufragaram, anos a fio, estas obras. E votaram nos partidos, a contar com elas.

E quando alguns, agora, as dizem como não necessárias, extemporâneas, fora de tempo, só têm uma razão para o fazer: dor de cotovelo e pouco de Taipense(s).

Bom ano de 2021.

20 dezembro 2020

542 - 4 meses depois e muitos depois

Todos (?) andamos preocupados com o COVID. Ou, se não andamos, devíamos andar. Eu ando. Muito. A coisa não é para brincadeiras. Mas não vos vou falar/escrever sobre as cautelas a ter com o dito cujo. Não, não tenho competências para tal e, para dar palpites, já anda para aí gente demais. E há palpites a mais. E cada um deles diferente do anterior. O povinho quer é tempo de antena, para covidar e conseguir algum protagonismo. Vou falar não da prevenção mas das causas laterais do bicho.

De vez em quando toca o sino - mais alguém que partiu, mais alguém que nos deixou. Mais algum que deixou a família, a vida, a vila, os amigos. É e será a Lei da Vida: nascer, crescer e partir. Aparentemente tudo normal - é e será a Lei da Vida. No entanto, este maldito COVID, além de originar a partida de alguns, impede-nos de nos despedirmos de quem parte. 

Na estação (Capela de S. Tomé) não podemos dizer o último adeus, confortar os familiares, recordar os bons momentos que passamos, dar aquele abraço aos familiares e derramar a última lágrima sobre os que partem. Tudo proibido, em nome da saúde pública.

No entanto, este não dizer adeus, este não poder confortar e abraçar os familiares e os amigos, parece que nos deixa empedernidos. Em vez de abraçar, encolhemos os ombros e balbuciamos - "Paciência, é a lei da vida". Em vez de presentes, estamos ausentes. E depois, porque o bicho nos impede de andar a vaguear pela rua, sabemos de muitas e muitos que partiram, apenas passados vários dias. Parece que o partir, com mais ou menos idade, passa a ser algo natural, passa apenas a um encolher de ombros. E ao balbuciar: paciência.

Desde estes confinamentos que nos impedem de participar nestas cerimónias, que muitas e muitos de quem eu nos quereriamos despedir, partiram sem o podermos fazer. Sem poder abraçar os familiares, sem contar a última história, sem avivar a última lembrança.

Daqui, deste espaço, um abraço aos familiares dos que partiram, sem que eu pudesse despedir-me.