22 maio 2020

534 - De passo a passo...

Imagem: Google editada.
Paulatinamente vamos caminhando, não para o descongestionamento total, mas para o aliviar de algumas restrições, que foram absolutamente necessárias. Como em tudo aparecem "os heróis" que dizem não precisar de medidas nenhumas e que tudo isto não passa de "uma treta". Felizmente outros houve que se precaveram e, assim, permitiram aos heróis continuar com as suas diatribes.

Algumas/muitas alterações vão saindo, não a conta-gotas como seria desejável mas, quase sempre, em catadupa fazendo com que, ainda sem absorver as primeiras, já saltam as segundas e as terceiras, num ritmo difícil de acompanhar a qualquer cidadão mais letrado, quando mais ao cidadão comum nos quais me incluo.

Se as medidas restritivas tinham de ser implementadas - como dizia o senhor Presidente do Conselho  - "rapidamente e em força", já os desconfinamentos deveriam ser com conta peso e medida, ou seja, pesados e medidos com todo o cuidado, para não dar na confusão que dá e que cai para o lado dos menos protegidos/cautos/informados.

Repito o assunto da minha última nota: às Juntas de Freguesia, estas decisões rápidas e do bota que se faz tarde, cria problemas de logística que apenas a boa vontade e a determinação dos autarcas e dos funcionários das juntas -  aquelas que os têm - fazem com que sejam ultrapassadas. Não é por mais um ou dois dias de confinamento, que o gato ia às filhoses.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.


08 maio 2020

533 - Descongestionamento. As Freguesias também levam com o bicho.

A uma velocidade supersónica - ou não - esta coisa a que chamam "situação epidemiológica do novo Coronavírus — COVID 19", tem alastrado por esse mundo fora.
Como em tudo o que é novo temos de "apalpar", mais às escuras ou menos às claras e conforme o tempo vai passando, vamo-nos adaptando às variações, quase todas em "dó maior". Dói mais aqui, dói mais acolá, há mais infetados aqui e mais infetados acolá. Com uma mutação constante - não me refiro ao bicharoco - o que ontem era verdade hoje é mentira e assim sucessivamente.

Tudo isto se compreende em tempo de grande mudança e de algo que é novo. Experiência e inexperiência, a primeira que se vai adquirindo e a segunda que é factual, há pessoas "nas rédeas do poder", que nunca lhes passou pela cabeça, que haveria mais vida (morte) para além do défice.

Como dizia o meu amigo Augusto Mendes, na sua crónica mensal do RFX, as "Grandes mulheres" devem ter a cabeça à roda, não pelo que as vozes sempre simpáticas e atentas às dificuldades dos outros, vão botando para a opinião pública, mas pelo bicharoco que lhes caiu, sem pedir licença, no prato da sopa ou no regaço, como candidamente, se dizia nos "bons" velhos tempos.

Também às Juntas de Freguesia lhes tocou um bom pedaço do bicharoco. Medidas urgentes, decisões rápidas, bota que se faz tarde, os eleitos de todas as freguesias, uns com mais outros com menos possibilidades, quadros, apoios, colaboradores, se desdobram em homens dos sete instrumentos e tudo fazem para minimizar a coisa. Não estou a defender a minha freguesia ou o elenco de que faço parte, mas TODOS os membros de TODAS as freguesias que, com este grande problema, se tornam, também, verdadeiros super-homens.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

04 maio 2020

532 - Empréstimos.

Advogadosinsolvencia.pt
Corriam os anos sessenta e na EICG, no Curso Geral de Comércio, com doutoramento em Contabilidade, a senhora D. Virgínia e outros professores, ensinavam os alunos a preencher cheques, letras, livranças e outros doc's, para enveredar pela carreira de Empregado de Escritório. Existia um termo utilizado, na parte de trás das letras e livranças que dizia: "Por aval ao aceitante". Quem avalizava a letra, se o hominho que pediu o dinheiro não pagasse, pagava o avalista.

Aprendemos a constituição de sociedades: Fulano e Cª; F. e Cª, Lda; F. SARL e uma, muito engraçada e que era: "Em comandita". Nos exercícios práticos aprendíamos alguma coisa. Um exemplo:
António, (que não eu) queria montar um café, mas o dinheiro não chegava. O Joaquim (não eu) tinha um dinheirito de lado e queria rentabilizá-lo.  Em conversa o "A" disse ao "J" da sua dificuldade, este ofereceu-se para entrar na Sociedade e o "A" queria ser gerente e ter plenos poderes na gestão, apesar capital ser 50-50. Assim se fez.

Passados dois anos, a coisa estava preta, a empresa sem papel e o "A" disse ao sócio que era preciso cacau fresco e que não tinha crédito na Banca. O "J" não tinha disponibilidades e como a gerência/responsabilidade era do "A", aquele não podia arriscar. Soluções? Contrair empréstimo na Banca, que pedia avalista e só podia ser o "J" a atravessar-se no empréstimo. Este, como tinha mulher e filhos para criar, aceitava, na condição de alterar o pacto: a Gerência passaria a ser conjunta, de forma ao "J" ajudar a colmatar os erros da gestão do "A" que, tudo indicava, iria continuar um desastre.

Depois desta história a pergunta que se impõe: Então meus senhores, não acham bem que o "J" se precavenha, para que as coisas mudem e o seu dinheirinho, mercê do aval, não vá pró teto?

E eu NÃO vou andando por aí e, por respeito ao Covid 19, mantenho-me por casa.
P.S. - Para os mais distraídos, asseguro: "Qualquer semelhança - deste escrito - com a realidade, é mera coincidência"