09 fevereiro 2020

522 - A vida é um ciclo?

Foto: Achado
A vida - tudo na vida - tem um ciclo. Nascimento, crescimento e apagamento. Não podemos morrer antes de nascer, ser velhos antes de sermos novos.
Quando nos aproximávamos da dezena de anos, queríamos, rapidamente, atingir a segunda década. Mas tínhamos de esperar. Depois era "a tropa". Lá íamos/fomos alguns. Chegados, uns tinham pressa de casar, outros de gozar a vida. Casa dos trinta, quarenta, novos horizontes, novas ideias, novas esperanças. Aqueles que chegaram/chegamos ao "sexageneralato", sentimos que estamos a atingir o limite, mas achamo-nos mais maduros, menos impetuosos, mais calmos mas, também, menos condescendentes e mais preocupados com o todo, esquecendo o nós. Tudo terá um tempo e, se quisermos, há tempo para tudo.
Depois de Rosas Guimarães e João Antunes Guimarães, que fizeram - entre outros, é certo - aparecer as Caldas das Taipas no mapa, achavam, os nossos antepassados, que nunca outros existiriam. Enganaram-se. Felizmente estavam enganados. Depois do encerramento das Termas, pensou-se que as Taipas nunca mais seria "Vila Termal". Enganamos-nos. Felizmente estávamos enganados. Depois da construção do Ringue de Patinagem e da sua deterioração subsequente, achávamos que nunca mais teríamos ringue. Enganamos-nos. Felizmente estávamos enganados. Depois da luta do Padre Manel - e outros - para conseguir o ciclo para as Taipas e com a degradação dos "caixotes" pensamos que nunca teríamos outro. E uma Escola Secundária - lol isso é só para Guimarães. E duas primárias novas, nunca. E então, muito menos, alguém imaginar que quando todos - sim TODOS - queriam "tirar o amianto do Ciclo", aparecesse um teimoso a querer uma ESCOLA NOVA. Tudo tem/terá um tempo.
Tudo e todos temos um tempo, que pode ser mais longo ou mais curto, mas é um tempo. Como diz um amigo meu "a vida é uma maratona". Concordo e também acho, que tudo tem o seu tempo. Não devemos apressar o tempo, até porque, tentando-o, podemos perder tudo. O tempo atual que podemos/devemos viver intensamente e o tempo futuro.
Escrevi aqui há dias neste blogue (12 de janeiro) a respeito do Virgílio: Partiu um dos MAIS, da minha geração. Um pouco antes, (02 de janeiro) escrevi: Taipas Turitermas. No ano passado (12 de novembro) divaguei: Carta aberta a... quem quiser perceber.
Hoje, nesta tarde de inverno, divago sobre a vida. Que é um ciclo. Que passa uma vez. Que não podemos perder. Que não devemos estragar.
Sempre tive pavor, ao ter as coisas e perdê-las. A família, os amigos, os haveres, a saúde. Mas o meu pavor aumenta, quando vejo pessoas estragar as oportunidades que a vida e o trabalho, lhes deram. Pessoas que fizeram muito e que poderiam fazer muito mais. Pessoas que, num momento menos bom e porque se sentiram atraiçoados e injustiçados, dão um passo em frente, mas esse passo pode conduzir ao abismo.
E, com esse passo, queimam o seu futuro e levam, atrás de si, todo um projeto comum e todo um trabalho de muitos.
E porquê? Porque não souberam esperar.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

 

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