18 fevereiro 2011

202 - Os votos e os cartões.


Muitos ou poucos - conforme o lado político que faz as afirmações – cidadãos eleitores foram impedidos de exercer o seu direito de voto nas eleições presidenciais. Muitos – independentemente do lado político que faz as afirmações – cidadãos eleitores não quiseram exercer o seu direito de voto nas eleições presidenciais. Sendo muitas vezes indicado como uma das maiores conquistas com a implantação da democracia, o voto não foi exercido porque as pessoas não puderam, não quiseram ou não tomaram as devidas precauções para o fazer.

Parece consensual que a esmagadora maioria não votou porque não quis. Quanto aos que apareceram nas respectivas secções e não o puderam fazer, será justo dividi-los em duas partes: Os que não puderam por erros da administração – não sei se técnicos ou outros – e os que, como digo no parágrafo anterior, não tomaram as devidas precauções para o fazer.

A quem tem seguido com algum interesse, a forma displicente como os eleitores mudando de residência não a actualizam como é seu dever, isto que aconteceu era perfeitamente previsível. Parece que estando recenseados na nossa freguesia de “coração”, mas com a residência noutro local, ao trocarmos o BI pelo CC a morada é actualizada e ficamos recenseados automaticamente na nova freguesia. Assim sendo, teríamos de ter a atenção de verificar tal facto.

Lá por casa há quem tenha tirado recentemente o CC e foi votar sem problema nenhum. Levou o CC e o cartão de eleitor.

Lamento muito por todos aqueles que, querendo, não lhes permitiram votar. Mas parece que o erro pode ser dividido entre as falhas da administração e o laxismo de muitos eleitores.
Foto: Google.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro Joaquim Vilas, a "coisa" é mais complexa do que a pinta! É verdade que os eleitores não tomaram as necessárias precauções e confiaram demasiado na "máquina" do governo, mas isso não iliba este das enormíssimas responsabilidades políicas de garantir, por todos os meios, incluindo o recurso à publicidade, como sempre tem feito e desta vez não fez, para estimular a participação dos eleitores.
Acresce, meu caro, que eu sei de casos de cidadãos com o CC - que, como diz, implicaria novo recenseamento em caso de alteração de residência - e que nessa convicção se dirigiram à nova freguesia para votar e para espanto deles não constavam dos respectivos cadernos eleitorais! Além desta trapalhada, ainda subjaz o facto de os números de eleitores não baterem certo, com distritos com eleitores a mais e outros a menos. A sorte do governo foi os resultados não serem "por uma unha negra" senão estávamos hoje a ser objecto de chacota.
Cândido Capela Dias