02 outubro 2025

574 - Pontos em desordem, com um interveniente que é "um grande ponto".

Na Assembleia de Freguesia de 01.04.2022, um senhor Deputado disse:

"Os Taipenses, apesar de reconhecerem e valorizarem o legado dos nossos antepassados, não ficaram prisioneiros das suas ideias e comportamentos. Não imitaram os “velhos do restelo” que teimam no apego ao conservadorismo, que procuram resistir à mudança, à descoberta e à evolução."

Noutra Assembleia de Freguesia, em 29.04.2024, um senhor Deputado disse:

"A este propósito, vou citar um excelente historiador contemporâneo e outros entendidos nesta matéria que escreveram: é penoso ver a estupidez com que se refere o ‘Velho do Restelo’ como insulto, quando ele é uma das personagens mais sábias d´Os Lusíadas, e de toda a história portuguesa (…) Há pessoas que conhecem a expressão ’Velhos do Restelo’, mas não sabem o que ela significa. O Velho do Restelo representa a voz da razão num momento de euforia e deslumbramento, a voz da experiência perante a irreverência… os seus conselhos acabaram por se revelar proféticos, pois a prosperidade das descobertas cedo se revelou fugaz, seguindo-se a decadência económica e territorial, que acabou na perda da independência. Fim de citação."

Perante estas duas afirmações, tentei saber qual dos senhores Deputados sabia mais de história. Um amigo meu disse para não me preocupar e concluiu: 
"Outra vez a mesma promessa? Então não há dois Velhos do Restelo? Os Taipenses não são estúpidos."

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando, mas sempre com a minha liberdade despoluída.

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