28 abril 2011

210 – O povo anda bravo . . .



Oiço ou leio muitas vezes – e a maior parte delas com prazer – as intervenções do advogado António Marinho Pinto. Guardo até na memória, como uma das minhas preferidas, a entrevista que uma senhora jornalista da TVI lhe fez, faz tempo, e ele não se amedrontando à sua forma agressiva de “entrevistar” a reduziu aquilo que muita gente já deveria ter feito. No entanto, quando li que ele disse que não votaria nas próximas eleições não concordei, porque acho que não nos podemos alhear das nossas obrigações.

No entanto, entendo essa sua afirmação como um desabafo, mercê do escárnio com que, diariamente, os políticos nos presenteiam. Donos e senhores do Mundo vomitam boca fora, tudo o que lhes apetece, sem cuidar minimamente do que e como dizem. A culpa é sempre dos outros e passam a vida a atacar e contra-atacar o adversário, sem se importarem minimamente com quem os elegeu e com o País que estão a destruir.

Há dinheiro ou não? Estamos na bancarrota ou não? Há projectos para o País ou não? Diariamente somos confrontados com atoardas e baboseiras de pessoas que são pagas para ser responsáveis e que se desresponsabilizam com uma facilidade e desfaçatez incompreensível. Por este sentimento de revolta que me atrapalha diariamente, até compreendo a proposta de Marinho Pinto.

É como a ordem para poupar nas empresas financiadas pelo Estado, ou seja pelo povo. Porque a RTP manda para Inglaterra, com dias de antecedência, não sei quantos jornalistas para “cobrirem” um casamento, quando poderiam “aderir” às imagens dos outros? Para proporcionar férias com ajudas de custo, a meninos e meninas, que nem notícias sabem ler.

Foto: Goggle.
E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

2 comentários:

Unknown disse...

Joaquim,

Não votar, é na minha opinião a pior opção, agora e sempre. Mas tal como o meu amigo, olhando aos últimos desenvolvimentos, sou, pela pertinência da questão, obrigado a reflectir sobre a opinião de Marinho Pinto.
Não poderiam os ditos políticos entenderem-se e pouparem-nos a mais um triste espectáculo pré-eleitoral ?

Um bom motivo para recordar José Saramago:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Lucidez

1Abraço amigo,

Paulo Mendes

Anónimo disse...

Se o compreendo, Joaquim. Ó se o compreendo. Andar eleição atrás de eleição sempre a dar o benfício da dúvida e sempre a ser enganado, é situação que deixa qualquer baralhado. Especialmente quando se aproximam novas eleições! Então vem ao de cima a incomodidade das muitas traições sofridas, mas, mais uma vez "lá terá que ser", lá vai a cruzinha para o sítio do costume.
Eu não sofro de doenças desse tipo. Nunca me arrependi de ter votado como votei. Um dia o povo vai se levantar do chão eisso só acontecerá porque amanhã como no 25de Abril, alguém resistiu, alguem recusou ser uma maria vai com as outras.Nessa altura Joaquim,os nossos caminhos vão cruzar-se e as tormentas de todos os Joaquins desvanecer-se-ão como por encanto.
Cândido Capela Dias