06 agosto 2020

540 - As férias, por pouco tempo que seja, devem ser para desligar.

Porque o ano é longo e a minha mulher precisa de descansar da lide do COVID19, fomos passar uns dias, muito poucos por sinal, fora da vila termal. O nosso filho esteve cá uns oito dias - qual emigrante dos tempos modernos pois no antigamente era um mês sempre a rufar - e alguém lá por casa, disse que precisávamos de "desligar" pois, de outra forma, não aguentávamos mais um ano.

Para espanto meu, o desligamento decretado era de computador, telemóvel e tudo o mais, que me fizesse manter a ligação ao n.º 479, da Avenida da República.

O decretado é decretado e... bico calado. Assim sendo, muni-me de leitura capaz de bulir com as árvores e despertar da luta de umas partidas de cartas de que, apesar de ter ensinado à minha adversária, levo de vez em quando umas banhadas nada agradáveis.

A verdade é que, de meia dúzia apenas consegui arrumar com dois. Uma semana é pouco. Não chega para nada. De regresso ao quotidiano, mais do mesmo. Blá blá, que não se faz nada. Blá blá que não devia ser assim. Blá blá, que o que ontem era urgência, hoje não presta. Blá, blá, blá.

Despertei para a democracia com 19 anos e meio. Despertei para "O Comércio do Porto" desde que me conheço. Despertei para a colaboração em jornais, com vinte e poucos anos. Despertei para os bloggers, em outubro de 2006 (dois mil e seis). Ainda não consegui despertar para o FB... e já estou cheio dele. Blá, blá, blá. Pessoas com e sem rosto, diariamente, vomitam ódio nesta rede, que se queria social. Criticam por criticar. Mentem por mentir. Aldrabam porque são aldrabões. Mentem porque são mentirosos... e porque ninguém está para se dar ao trabalho de os desmentir.

Que odeiem, que critiquem, que mintam, que aldrabem, que, que, que. Mas, já agora, como dizia Tiago: "Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."
Eu, com o devido respeito, adapto a frase:
Tu tens a crítica, e eu tenho as obras; mostra-me as tuas obras, e eu aceitarei a tua crítica.

Boas Férias, para quem as tiver.

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