Entrei no mundo do trabalho aos 18 anos. Nessa Empresa, um dos donos/patrões, era Presidente do Clube mais representativo do concelho de Guimarães.
Nunca fui sócio desse clube. Nunca
o patrão me convidou/incentivou ou mandou – naquele tempo era assim – ser sócio
desse Clube. Isto tudo é pura verdade e ainda pode ser confirmado por muitos
que ainda por cá andam.
Agora, para aliviar as coisas, “um
pouco de ficção”:
Sabem porque o Presidente do dito
Clube, nunca me disse para ser sócio? Porque sabia que eu não era adepto.
Porque sabia que eu não apoiaria o Clube. Porque sabia que eu não defenderia o
Clube. Poderia, apenas, eventualmente, se ele precisasse do meu voto para
vencer as eleições, eu ia lá colocar a cruzinha. Nada mais. – “términus da
ficção”.
Agora, casos reais: Nunca seria
um verdadeiro adepto do clube. Nunca seguiria os seus ideais. Nunca lutaria,
com alma, em sua defesa. Seria apenas sócio para “fazer o frete” e, sem me
identificar com o clube, seria apenas um pau mandado de colocar a cruz.
Porquê esta conversa? Porque o
mesmo se passa em alguns/muitos partidos políticos. Para se conquistar/ganhar/manter
um emprego temos de ser agradáveis ao “patrão”. Vendemos a alma – por vezes
conscientes que o fazemos ao diabo – para manter as nossas regalias.
Esforço terrível. Dramático, até.
Lutar por algo que nada nos diz. Mas – podem dizer – não custa nada. É só
colocar a cruz – Mas que cruz, digo eu. Um tormento. Uma cruz bem pesada.
Mas, para os Cristãos, Cristo
liberta. Também os que são obrigados a colocar a cruz, se não seguirem os
mandos dos patrões e a colocarem onde podem fazê-lo livremente, aliviam a cruz.
Sai-lhes o fardo das costas. Sai-lhes o peso da consciência.
Caras e caros amigos nesta
situação - libertai-vos da cruz e vivei em paz com a Vossa consciência.
E eu, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.