21 setembro 2024

568 - Coisas da Vida. A libertação.

Entrei no mundo do trabalho aos 18 anos. Nessa Empresa, um dos donos/patrões, era Presidente do Clube mais representativo do concelho de Guimarães.

Nunca fui sócio desse clube. Nunca o patrão me convidou/incentivou ou mandou – naquele tempo era assim – ser sócio desse Clube. Isto tudo é pura verdade e ainda pode ser confirmado por muitos que ainda por cá andam.

Agora, para aliviar as coisas, “um pouco de ficção”:

Sabem porque o Presidente do dito Clube, nunca me disse para ser sócio? Porque sabia que eu não era adepto. Porque sabia que eu não apoiaria o Clube. Porque sabia que eu não defenderia o Clube. Poderia, apenas, eventualmente, se ele precisasse do meu voto para vencer as eleições, eu ia lá colocar a cruzinha. Nada mais. – “términus da ficção”.

Agora, casos reais: Nunca seria um verdadeiro adepto do clube. Nunca seguiria os seus ideais. Nunca lutaria, com alma, em sua defesa. Seria apenas sócio para “fazer o frete” e, sem me identificar com o clube, seria apenas um pau mandado de colocar a cruz.

Porquê esta conversa? Porque o mesmo se passa em alguns/muitos partidos políticos. Para se conquistar/ganhar/manter um emprego temos de ser agradáveis ao “patrão”. Vendemos a alma – por vezes conscientes que o fazemos ao diabo – para manter as nossas regalias.

Esforço terrível. Dramático, até. Lutar por algo que nada nos diz. Mas – podem dizer – não custa nada. É só colocar a cruz – Mas que cruz, digo eu. Um tormento. Uma cruz bem pesada.

Mas, para os Cristãos, Cristo liberta. Também os que são obrigados a colocar a cruz, se não seguirem os mandos dos patrões e a colocarem onde podem fazê-lo livremente, aliviam a cruz. Sai-lhes o fardo das costas. Sai-lhes o peso da consciência.

Caras e caros amigos nesta situação - libertai-vos da cruz e vivei em paz com a Vossa consciência.

E eu, vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.


14 setembro 2024

567 – O regresso e o Luís Soares (Fim)

Votos PS Legislativas Braga 

Perguntaram-me porque estou a ter/dar tanta atenção ao que escreveu o engenheiro Raul Rocha. Expliquei que não se trata de uma pessoa qualquer, mas de um Vimaranense reconhecido, não só pela sua militância no PS, mas também pelos cargos que ocupa e que ocupou, na sociedade Vimaranense e não só.

Concordo quando diz que seria lógico que Guimarães liderasse a Federação de Braga, quer pelo número dos seus militantes e até porque nunca nenhum dos seus exerceu esse cargo. Concordo quando diz que Luís Soares é um quadro político de mérito e competência e que seria a oportunidade de, pela primeira vez, Guimarães ter um seu militante na liderança da Federação.

Já tenho as minhas dúvidas quando diz que “em 2022 apareceu uma alternativa conciliadora” pois, segundo as suas palavras, a alternativa “impôs a desistência de Luís Soares”. Vejamos: ou foi conciliadora ou foi imposta. Não sei.

Não concordo quando escreve que “A nova liderança de Frederico Castro, (…), foi decisiva para a renovação da lista de deputados”. Salvo melhor opinião, a renovação, não foi renovação, foi perda, pois o PS passou de 9 para 6 Deputados. Não renovou. Perdeu.

O colunista reconhece o mérito e competência de Luís Soares. Pedi a um amigo, para me dar nota dos cargos/funções políticas exercidas pelo candidato. Ei-las: 
Militante do partido desde 2004;
Fundador do Núcleo da JS das Taipas e seu Presidente de 2004 a 2007;
Deputado da Assembleia Municipal de Guimarães desde 2009;
Membro da Assembleia de Freguesia de Caldelas – Caldas das Taipas de 2005 a 2017;
Presidente da JS Guimarães de 2011 a 2013;
Membro do Secretariado Nacional da JS de 2011 a 2013, da Concelhia do PS de 2011 a 2018 e da Federação de Braga de 2014 a 2018;
Membro da Comissão Política Nacional do PS de 2012 a 2014 e 2024 - …;
Militante de Honra da JS Nacional em 2014;
Deputado à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral Braga de 2015 a 2024;
Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas – Caldas das Taipas de 2017 a 2021 e de 2021 - …;
Presidente da Comissão Política Concelhia do PS Guimarães de 2018 a 2022;
Presidente da Mesa da Comissão Política Federativa do PS Braga de 2018 - ….

Termino estas publicações sobre o artigo de Raul Rocha com uma das frases preferidas do senhor Presidente da Comissão Política Concelhia de Guimarães: “a política deve ser currículo e não cadastro”.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

10 setembro 2024

566 - O quase fim (deste) Regresso.

Foto: CNN Portugal

Vou terminar com o ciclo (respeitoso) sobre a crónica de Raul Rocha e colocar mais alguns excertos. Diz que “no plano local a Federação é inexistente. (…) António Magalhães nunca se interessou pela Federação de Braga (…), tinha acesso aos líderes nacionais.” Foca a “importância do lugar de deputado de Ricardo Costa”, mas que “Lisboa continua fechada, (…) aos quadros políticos do PS Braga e (…) Guimarães, para além do presidente da câmara.”

Defende que no Quadrilátero Urbano estão os concelhos mais exportadores - a Universidade do Minho, “há vereadores, dirigentes das áreas sociais e desportivas, da maior qualidade, ninguém estimula o seu aproveitamento para o desempenho nas políticas públicas, seja no governo, seja na AR, seja em institutos e instituições do estado. A região perde.”

É de opinião que tal se deve “porque a bitola chama-se Joaquim Barreto.” Sobre o mesmo diz que foi/é “um dedicado socialista, que foi um bom presidente do município e (…) na sua concelhia, onde nunca permitiu a mais pequena discordância com todos os atropelos à civilidade democrática.” Considera que “em 2020, Ricardo Costa, no seu primeiro ato da ‘regeneração’ política que liderou no PS, ousou com um entusiasmo das bases nunca visto, apresentar uma alternativa. Ganhou em Guimarães com 200 votos de diferença, alcançou no distrito 45%, mas perdeu. Luís Soares apoiou Joaquim Barreto.”

Considera que “em 2022, apareceu uma alternativa conciliadora que impôs a desistência de Luís Soares que se preparava para continuar o ‘barretismo’. A nova liderança de Frederico Castro, (…), foi decisiva para a renovação da lista de deputados e (…) foi a primeira derrota de Barreto no distrito.”

A terminar considera que nestas eleições “Volta a opor-se o ‘barretismo´ e o ‘anti-barretismo’. O ‘barretismo’ é Luís Soares, quadro político de mérito e competência. Podia ser a oportunidade de, pela primeira vez, o PS Guimarães ter um seu militante na liderança da Federação. Mas eleger Luís Soares seria regressar à história antiga (…) a que Ricardo Costa se opôs e (…) mobilizou muitas esperanças em muitos concelhos. Guimarães não pode agora trair esse projeto regenerador.”

Quanto às virtudes do candidato da Lista B “um destacado novo autarca do PS (…) que pode abrir o reconhecimento do PS Braga no centro do poder lisboeta. Tem realizado uma obra notável em Vizela, de que ‘os passadiços’ passaram a ser atração turística ambiental de todo o Norte. Reconciliou Guimarães com Vizela.”

Terminada a leitura da crónica, no próximo “VilasdasTaipas” terei a oportunidade de colocar algumas interrogações sobre esta crónica.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.








05 setembro 2024

565 - O Regresso (iii)

Abusando da paciência de quem me lê/possa ler, vou colocar alguns excertos da crónica de Raúl Rocha. 

Na mesma faz diversas análises e tira conclusões. Como é uma pessoa inteligente e anda no meios político há muitos anos, tendo exercido funções de responsabilidade política, termina o seu artigo com uma frase significativa. Reproduzo:

“Os militantes do PS – Guimarães saberão na sua liberdade de escolher, votar.” Faz análises, coloca interrogações, mas “os militantes (…) saberão (…) escolher”.

Mas eu, na minha bondade política, fico hesitante/pouco esclarecido. Se não, vejamos. Diz o Engenheiro Raul: “Seria mais que lógico, que Guimarães liderasse politicamente a Federação de Braga”. Porque, acrescenta, tem 3.800 militantes e o resto do Distrito 3.400. O "“Quadrilátero Urbano” (…) abrange 80% da população do distrito”.

Mais adiante reforça que “Seria, por isso, mais que lógico, que Guimarães liderasse politicamente a Federação de Braga. (…) Na história do PS Braga já houve Presidentes de Braga, Famalicão, Fafe, Barcelos, Cabeceiras, Póvoa de Lanhoso. De Guimarães nunca houve uma liderança distrital. É isso importante? Relativamente.”

Por hoje ficaremos por aqui. Para a semana continuarei a analisar esta opinião, que é de alguém que não anda na política há dois dias e que conhece, bem, os seus meandros. É uma opinião que deve ser lida e entendida. Bem entendida.

E eu vou continuando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

01 setembro 2024

564 - O Regresso (ii)

Tal como previsto na semana ora finda, e porque, como disse, alguém me fez pensar um pouco, com o devido respeito, pego no texto de Raúl Rocha publicado no jornal Mais Guimarães de 21 de agosto passado. Nele, o filho do Nicolino Mor e engenheiro Civil Hélder Rocha, reconhecido como Vimaranense bairrista e grande defensor do concelho (e da sua integridade) militante ativo de muitas instituições da cidade e não só, dá a sua opinião sobre as eleições para a Federação de Braga do Partido Socialista.

Como já referi, e reafirmo – “não tenho cartão” do PS. Como nunca teria afirmado, mas afirmo, não sou defensor da modernice de incluir nas decisões partidárias o direito de voto a simples “simpatizantes”. Não. Quem “é sócio” tem direito a, livremente ou coagido, dizer quem quer e onde. Mas, e este mas para mim é sagrado – o direito de opinião assiste a todos e, eventualmente com mais acuidade, àqueles que, “não tendo cartão” dão a cara na luta pelos interesses em que acreditam, reconhecendo neste ou naquele partido o melhor.

Foi assim que, finalmente, em 2017 e em 2021, aceitei engrossar a lista da candidatura do PS às eleições para a Assembleia de Freguesia de Caldelas – Caldas das Taipas. Depois de 12 anos de poder de outro Partido, 8 deles de “absoluto”, no ano de 2017 a lista liderada por Luís Soares, nuns contundentes 8 a 5 (eleitos) desalojou o PSD da liderança da Freguesia. E em 2021 voltou a repetir o feito.

Todo este intróito que já vai longo, pelo que continuarei uns dias à frente, para dizer que “não tendo cartão”, o meu contributo me permite “ter opinião” e, por sinal, diferente da do Engenheiro Raúl Rocha. Au contraire, como dizem os franceses, acho que o vimaranense Luís Soares, socialista “de cartão” desde sempre, tem todas as condições para ser melhor Presidente da Distrital e defensor do concelho de Guimarães do que qualquer outro candidato de um concelho que não o de Guimarães e “com cartão” definitivo ou provisório.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

28 agosto 2024

562 - O regresso

Este meu blog já por aqui gravita há alguns anos. Tantos como "desde 2006". Nele coloco umas coisitas, nos últimos anos muito poucas, mas como tenho a renda paga, a ele posso regressar quando achar que o devo fazer.

Graças a algumas publicações, alguns clientes começaram a olhar-me de esguelha, mas isso é "um risco" que corre quem quer "botar cá pra fora" o que pensa disto ou daquilo. Prezo muito as opiniões das pessoas que o fazem e - concordando ou não com elas - é um direito que lhes assiste. Tal como a mim.

Mercê da minha militância nas instituições do burgo Taipense, vou apanhando aqui e ali, mercê dessa presença, algumas críticas. Todas elas serão justas - para quem as faz - e algumas também eu com elas concordo. Quando são feitas por alguém que nos dá exemplos, mais facilmente as aceito. Quando feitas por alguém que não são exemplo, idem aspas aspas. Aos primeiros porque me vergo perante a sua "militância" e aos segundos pela sua "ignorância", que deve ser respeitada.

Por sistema, não comento artigos de opinião. São isso mesmo. Opiniões que podemos e devemos (posso e devo) respeitar. "Há sempre alguém que nos diz tem cuidado" como a letra da Saudade, dos Trovante e "Há sempre alguém que nós faz pensar um pouco" como outra parte dos mesmos Trovante.

Hoje não, porque o texto já vai longo, mas regresso em breve para Vos dizer "quem me fez pensar um pouco", num texto de opinião, por si escrito no Semanário Mais Guimarães da semana passada. Porque conheço o escritor há muitos anos e o respeito, queria ver se me ajudavam a decifrar "o que lá está escrito".

E entretanto vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

17 março 2024

562 - O Palco. Ter Palco. Estar no Palco.

 Corria o mês de setembro ou outubro do ano de 1972 quando entrei no Restaurante Monte Rei e, numa mesa, o Fernando Miogo, o Carlos Martinho e talvez o Gusto de Briteiros me perguntaram se eu queria "fazer teatro".

Embora nunca tivesse feito teatro e poucas vezes assistido, anui e em 25 de dezembro, representamos no Salão do antigo Edifício dos Bombeiros, a peça “Pouca Vergonha” de, salvo erro, Rui Correia Leite.

Estes espetáculos serviam de angariação de fundos que possibilitassem a compra de instrumentos para os Psictos, parte integrante e principal do Grupo Cultural e Recreativa Psictodérmicos.

Mais tarde, por dezembro de 1974, a parte cultural (leia-se teatral) deste grupo, desligou-se dos músicos e juntamente com o D.Cajas, fundou o Grupo Cultural e Desportivo CAJAS que, mais tarde e mais grupos nados/mortos deu origem ao ainda hoje CART – Centro de Actividades Recreativas Taipense que, neste ano da graça, comemorará 50 (cinquenta) anos de existência com muito desporto à mistura e com o teatro arredado da “cena”.

Isto tudo para dizer que uma das orientações do nosso Ensaiador, o Carlos Martinho, era que “no Palco, nunca se viram as costas ao público”. Era uma das suas regras fundamentais. Hoje, mais que naquela altura “o Palco” é o centro das atenções. É no palco que os congressistas expõem os seus pontos de vista; é no Palco que os oradores tentam cativar a plateia; é no palco que as Sessões Solenes se desenrolam; é (para todos os efeitos) num palco que, no Centro Pastoral se desenrola, domingo após domingo, a celebração da Liturgia.

Em todos esses locais, quem está no palco, seja congressista, orador, sacerdote e até acólitos leitores ou coralistas, são objeto de uma perscrutação de tod@s aquelas e aqueles que os escutam.

Este é, para mim claro, o palco da vida, onde os nossos gestos (interpretações) são perscrutados por todos e “às claras”, para todos. Porém, há outros palcos mais escuros ou até, se quiserem, mesmo obscuros, onde os atores, na sombra, interpretam papéis que ninguém vê mas que, mais tarde, todos sentem.

Porém, quando sentimos, já pagamos o bilhete e já nada mais nos resta senão chorar sobre o leite derramado e ficar de sobreaviso em novas investidas dos atores.

Para o final da semana, cá estaremos e entretanto eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.


22 janeiro 2024

561 - "Isto" a que alguns chamam de política

Não venho aqui desde julho. Mas hoje estou arreliado q.b. para vir e, eventualmente, com cenas em próximos capítulos. Esta coisa das Eleições Legislativas antecipadas está a mexer comigo. Mas, antes de manifestar o porquê da arrelia, gostava de dizer.

Após a saída do meu amigo Carlos Remísio de Castro, fui convidado, pelos quatro candidatos que se lhe seguiram, a fazer parte das listas do Partido Socialista (PS) à Assembleia de Freguesia (AF) de Caldelas - Caldas das Taipas. Por questões familiares, leia-se, por imposição da minha mulher, não pude aceder ao convite dos três primeiros, sendo certo que, já não existindo oposição, fiz parte das duas listas encabeçadas pelo Luís Soares, sendo, na primeira, vogal da Junta de Freguesia, com competências delegadas, e na segunda, eleito entre os pares, para Presidente da AF.

Não sou militante do PS, mas simpatizo com as suas ideias. Votei nos quatro candidatos, não só pelas ideias (deles e do partido) mas porque acreditava que, naquele momento, seriam uma mais valia para as Taipas. Assim os eleitores o não entenderam, exceto quando o Deputado Luís Soares teve a ousadia de correr um grande risco, que valeu a pena.

Terminado este prólogo vamos ao que está em questão: Porque há eleições legislativas antecipadas? Porque se têm de constituir listas para ser votadas? Porque "todos querem ir"? Porque nem todos vão? Estas são as questões que se colocam a muitos, mas que estão devidamente regulamentadas. Podemos ter, cada um de nós, a sua opinião e interpretação, mas estão escritas.

Agora o que não está escrito é o "quem é quem", ou o "quem dever ser o quê" nas tais listas candidatas nos círculos eleitorais. As comissões políticas (CP) concelhias (C) indicam um nome; as CP Distritais (D), reservando os lugares indicados pelo Secretariado ou Secretário Geral (SG) e estes ratificam ou retificam as listas finais.

Agora, quando alguns querem tudo, querem abocanhar o que o povo designa - quanto a mim mal - de tacho, é que aparecem os problemas. E é nesta altura que eu, simples simpatizante de base, pergunto e questiono. Então, uma CP com algumas dezenas de pessoas (CPC e CPD) escolhem e votam quem deve ir pra Lisboa e descuidam aquelas e aqueles que, no dia a dia, aguentam as questões dos cidadãos - muitas pertinentes e outras não - sem meios para as satisfazer e depois, na hora do "bem bom" ou "do melhor" os membros das Juntas e das Assembleias de Freguesia, que dão o coiro e o cabelo para defenderem as "suas damas", não são ouvidos nem achados?

E aqueles com um bom desempenho num lugar "em Lisboa" e que, mesmo assim, se sujeitam ao combate nas freguesias, ganhando-as depois de 12 anos a ver navios e voltando a ganhar no mandato seguinte, são riscados do mapa? E depois vêm falar-me em currículos e competências de outros, que nada ou pouco ganharam?

Sim, sim, porque nomeações não são eleições.

E eu vou andando por aí e, enquanto não encher o copo, vou defendendo, no terreno, muitas coisas que ... não têm defesa.

Um abraço do tamanho do mundo ao meu Amigo e Presidente Luís Soares.

13 julho 2023

560 - As palavras que nunca te direi

Foto gentilmente cedido por Café do Tónio

No Café do Tónio, continuo a passar os olhos pelo jornal, depois do meu primo Chico que é sempre o primeiro. Num destes dias e porque ouvi muito barulho por causa duma intervenção do senhor Ministro da Cultura, pedi o jornal de domingo passado, que por acaso o Tónio ainda tinha, para ler a tal entrevista que tinha gerado tamanha indignação.
Sacado o jornal que já estava "catalogado" para ir para a reciclagem - sim, porque aqui nesta zona da Vila, faz-se reciclagem - procurei o que teria causado tanta indignação aos senhores Deputados da Casa da Liberdade.
Lida a entrevista - não toda mas as partes do alarido - tive de voltar atrás e reler, pois, nas palavras do senhor Ministro, não vi nada de extraordinário.
Aquela dos procuradores de serie B, da década de 80 do cinema americano, estava mesmo muito boa.
No final da leitura, perdoem-me os senhores procuradores, perdão, senhores Deputados, mas dei comigo a pensar quantas pessoas não concordariam com as suas palavras.
Realmente a Comissão de inquérito aos 500 mil da TAP, falou de tudo e mais alguma coisa, ou será, e menos muita coisa?

09 julho 2023

559 - O Fernando, em tempos conhecido como 85.

 
Já não passava por aqui há muito tempo. Hoje, excecionalmente, venho cá. Por um motivo triste, mas que devo registar.
Soube há poucas horas, por telefonema amigo, que o Fernando - o 85 tinha partido. Quando entrei para os Bombeiros, decorria o ano de 1977, o 85 já era Bombeiro de 3.ª. Era dos de Ponte, que com o Chefe Martins e outros, vinham a tempo de apanhar o segundo carro.
Foi um dos que, no famigerado ano de 1987, foi expulso dos Bombeiros por algo que não quero comentar.
O Fernando era um homem simples, afável e que, nos últimos meses/anos, via passear o neto, primeiro num carrinho e agora caminhando, ali para os lados da sede da Freguesia ou do Parque de Lazer.
Num ápice, em poucos dias, deixou de caminhar e partiu.
Ao Fernando - ao 85 - e a uma lista que tenho em casa e à qual vou sinalizando os que partem, a minha gratidão eterna, pelo ato de coragem, de sacrifício e de amizade, que tiveram no longínquo - mas sempre presente na nossa memória - ano de 1987.
Fernando, paz à tua alma e nós, os que restamos dos 14, vos guardaremos na nossa memória, até irmos ter contigo e com os que partiram. 

21 abril 2022

558 - Em alta

Foto: RFX adaptada

Vi hoje no Reflexo Digital que "José Augusto Araújo integra o gabinete do secretário de Estado [da Educação], depois de quatro anos no último executivo de António Magalhães e de 20 anos à frente da Escola Secundária de Caldas das Taipas."

Vi na passada semana, no Diário da República, o Despacho 4374/2022, onde o MAI designou "como técnico especialista deste Gabinete o mestre João Manuel Fernandes da Silva Ribeiro para exercer funções na sua área de especialidade."

Embora o diretor cessante da ESCT não seja Taipense de nascimento, deu um contributo muito grande para que a freguesia fosse destacada no mapa nacional, como tendo uma escola de referência. O Tesoureiro cessante da Junta de Freguesia, nado e criado nesta, deixou a sua marca nas várias instituições onde serviu.

Tendo privado com ambos e tendo os dois como Amigos, sinto-me honrado pelos cargos que passarão a desempenhar. E só espero que nestes novos cargos lhes permitam colocar o seu saber e experiência ao serviço do País, como o souberam concretizar ao serviço da freguesia e do concelho.

E eu vou andando por aí, esperando por mais e boas novidades e, por simpatia, também vou assobiando.
 

14 abril 2022

557 - Lembranças de Páscoa(s)

Há mais de cinquenta anos que fiz parte do compasso pela primeira e única vez. Tenho poucas lembranças. Sei que começamos perto "do Pinto Lisboa", que almoçamos na Casa quase a estrear do Dr. Augusto Dias e do Reitor, a impor o ritmo, que as casas eram muitas.

Numa das primeiras casas - e disso lembro-me bem - o patrão da mesma presenteou-nos com carne cozida e broa que, àquela hora da madrugada, foi que nem caldo.

Tudo isto para dizer que quem repartia o presigo era o S' Manuel Servo. Homem bom que estávamos habituados a ver na Igreja e, algumas vezes, a dormitar na sacristia. De baixa estatura, estava ali, para quem era rato de sacristia, um grande homem, que não deixava ninguém colocar o pé em ramo verde. Nos funerais, quando nos debatíamos para "levar a opa" a voz do S' Manel era respeitada.

Aos 95 anos o S' Manuel deixou-nos. Vai amanhã pelas 18H00 para o local onde, com a cruz ao alto, acompanhou tanta gente. E eu, lá estarei. Para me despedir dum homem de tamanho pequeno, que nunca precisou de se colocar em bicos de pés, para ser visto. Paz à sua alma.

01 março 2022

556 - Cantata de paz.

Um poema da senhora D. Sophia de Mello Breyner Andresen eternizado, para o povo do meu tempo, pela voz e viola de Francisco Fanhais (padre), a "Cantata da Paz" versava:

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. (...) Relatórios da fome, (...) O caminho da injustiça. (...) A linguagem do terror. (...) Vergonha de nós todos. 

Dos povos destruídos Dos povos destroçados Nada pode apagar.

Ouvíamos estes versos dedicados à Guerra no Vietname e em África, poema escrito para uma vigília na famosa Capela do Rato.


23 fevereiro 2022

555 - Ó diabo! Será que foi mau olhado?

 

Precisei de me inteirar sobre um assunto de há vários anos. Como tenho as compilações do RFX fui procurar e, no final do ano de 1995, sim mil novecentos noventa e cinco, vi algo que já tem 25, sim vinte e cinco, anos.
Fica aqui uma foto de um trecho e, abaixo, coloco alguns excertos descontextualizados, como agora é moda.

Aliás, o Hotel ainda não arrancou precisamente porque a Junta de Freguesia levantou algumas questões importantes ao projecto nessa altura. Não estou de acordo com a reconstrução do Hotel nos moldes que está projetada. Um hotel de setenta quartos não tem cabimento. Representa um investimento na casa dos quinhentos mil contos e não vejo em nenhuma área termal fazerem-se investimentos dessa ordem.

(...) Pensamos que o ideal seria algo mais pequeno(...). Com muito menos dinheiro pode-se criar no edifício actual, uma zona com trinta quartos, e talvez com menos salas do que este projeto.

Na possibilidade de querem ler a entrevista, ver Jornal RFX, passe a publicidade, de 1995.

E eu vou andando por aí, expectante, se alguém tirará a razão ao segundo filho do senhor Doutor dos Banhos

02 outubro 2021

554 - E então? Perceberam? O que é um verdadeiro Taipense.

Sítio da Freguesia

Em tempos dizia-se - e eu também - que Taipense era aquele(a) nascido nas Taipas e bebedor da água do leão. Com o passar dos tempos, este doutoramento passou a licenciatura e as cadeiras passaram a ser muitíssimo menos exigentes. Esta semana, ficamos a saber que o Plano Curricular passou a ser o que segue:

Vir às Taipas, com familiares, a partir dos 5 anos;
Ser vacinado na Casa do Canto;
Tirar um dente onde é agora a sede da Freguesia;
Conhecer o salão de jogos do sr. António (genro do Mário do Café);
Conhecer os dois quarteis da GNR e o dos Bombeiros;
Ser cliente da Loja Chamoim e do Restaurante Piteco;
Fundador Cantor e organista da primeira Banda Taipense;
Participar no Torneio do Taipas, ser selecionado e o desporto incompatibilizar-se com os estudos; e
Lembrar-se do antigo espaço do ciclo das Taipas.

Ah! E não resistir a fazer parte duma candidatura à Assembleia de Caldelas, porque o número um de uma das listas concorrentes lhe disse que era um verdadeiro Taipense.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.


 

24 setembro 2021

553 - Ajudando a perceber... cada vez menos (fim)

Há cerca de quatro anos que não vinha às Caldas das Taipas. Saí da autoestrada, segui por Ponte e ao passar na ponte, vi o parque do turismo com um aspeto asseado e a ponte Romana – como se dizia antigamente – parecia limpa de detritos. 

Ia virar para o parque e, na casa do Ti Manel Padre Santo, vi um sinal a proibir. Mau, que se passa? Segui em frente e fiquei baralhado. As letras diziam “Caldas das Taipas”, mas tinha canteiros com flores. Estaria nas Taipas? Vai daí virei à esquerda na rua que dá à escola do Pinheiral – como se dizia antigamente. Na rotunda via-se o monumento ao Cutileiro. C’os diabos, pensei - anda p’ra’í obra.

Segui em direção à Ribeira e fiquei preocupado. Onde estariam os galinheiros do ciclo – como se dizia antigamente. Tinha um edifício novo. Parecia uma escola de cidade. Continuei e virei na casa do senhor Américo do Questodinho – como se dizia antigamente – segui pela rua de Santo António e virei na rua da oficina dos Amâncios – como se dizia antigamente – para  entrar no parque. Ao passar à casa do Enfermeiro Fonseca não vi o Estaleiro da Praça. Virei para o parque na mercearia do Palhas e, pelo espelho retrovisor, vi na praça um grande cartaz com jardins em relva e os talhos arranjados. O cartaz parecia mexer-se. Pensei: devo estar tolo.

A Alameda Rosas Guimarães tinha os canteiros centrais com bom aspeto e os passeios arranjados. Ao chegar à rua do Matadouro – como se dizia antigamente – vi que o último canteiro era apenas de acesso a peões, com bancos e tudo. Subi a alameda e vi que na praça não era um cartaz. O raio da praça estava bem amanhada. 

Tentei virar para a Lameira, mas era proibido. Segui pela rua Padre Silva Gonçalves e, ao chegar à casa dos Palhas, vi um monumento em homenagem aos Combatentes. Segui para casa e a rua estava alcatroada até ao café do Tónio, onde me disseram que a da Laida e a da Aninhas Cartola também estavam.

Chegado a casa abracei o povo e deram-me mais novidades. Algumas nem queria acreditar, pelo que meti pés ao caminho, saí do loteamento para o Sequeiro e deram-me a novidade que já tinha saneamento. Saí na casa do Tio Bravo da minha mulher e, ao chegar ao Carlitos da Candidinha, virei para a rua do Rabelo. Tinha o paralelo direitinho. Desemboquei no cruzamento com a dos Cutileiros e, alto e para o baile - a praia Seca, estava um espetáculo. Aliás, a área estava o dobro, tinha um bar e umas casas de banho, a rua tinha sido requalificada, o passeio tinha sido completado até à ponte do Rabelo e havia árvores e relva semeada. Levaram-me por um caminho até ao Ave e seguimos por um trilho que ia até ao Parque. Pensei que era gozo - afinal não, ia até ao campismo, continuava pelo parque de lazer e ia até aos moinhos da Levada. Ora toma que já almoçaste.

Antes do campismo viramos para o horto comunitário. Cuidado, estava bonito, bem bonito e cuidado, hortaliças por tudo quanto era sítio. Disseram-me que as pessoas também se tinham mobilizado para fazer alguns canteiros na via pública, que havia uns dispensadores de sacos para dejetos de animais, um parque canino, e que os parques infantis tinham sido arranjados, entre muitas coisas mais.

Segui pelo Ribeirinho em direção aos Banhos Velhos e vi que estava um bocado confuso, diz que era por causa das obras do centro. Tinham começado pela Praça Conde de Agrolongo, descido a igreja até aos Banhos Novos, a rua do prédio do Leites – como se dizia antigamente – e iam até aos Banhos Velhos. Estavam a fazer muitos buracos porque estavam a instalar tudo novo no subsolo: esgotos, águas pluviais, canalizações elétricas, gás, enfim, muitas coisas que não se veem e que nem se deviam fazer em ano de eleições, disseram. 

Não sou contra as obras de beneficiação, antes pelo contrário. Mas gostava de ter algo para recordar do passado. Disseram-me para ir à Pensão Vilas. Continuava a mesma ruína da última década.


E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

20 setembro 2021

552 - Ajudando a perceber... cada vez menos (vi)

Estou prestes a terminar estes garatujos, mas nos últimos dias surgiram alguns temas interessantes em algumas intervenções hilariantes ou até delirantes. Que os políticos - sim, porque quem concorre a eleições, vai exercer política - por vezes, no entusiasmo, frente a uma plateia desmotivada, têm interesse em lançar algumas achas para a fogueira e dizer aquilo que o (seu) povo gosta, mesmo apelar à insubordinação armada, outros há, que fora do calor da luta e frente a um teclado no aconchego do lar, aprovem estas verborreias e ainda as multipliquem, por outras mais delirantes.

E quando esses comentadeiros ou trauliteiros, exercem profissões de docência e perdem a decência, então a coisa fica preta. É que há uma grande diferença entre excessos em campanha, frente aos adeptos e esses mesmos excessos, frente a um teclado. E então, quando esses docentes, estão incapacitados para ensinar, então a coisa ainda é pior.

Estivéssemos nós, no tempo que eles querem que volte pra trás e não publicariam isso, porque o lápis azul, chamá-los-ia à razão.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

15 setembro 2021

551 - Ajudando a perceber... cada vez menos (V).

 

Tal como disse no último garatujo o Reflexo saiu na outra semana e dava umas respostas dos candidatos à Assembleia de Freguesia de Caldelas e à Câmara Municipal de Guimarães. Umas três perguntas para outras tantas respostas.

Aproximando-se a última semana de campanha, as propostas dos candidatos - os que as têm - parece que ainda não entraram na cabeça dos eleitores. É claro que para alguns, os fieis aos partidos ou aos cabeças de lista, já têm a sua opinião formada e não lhes interessa qualquer esclarecimento de propostas ou até, as próprias propostas. De nada lhes serve.

Todavia há uma larga percentagem de indecisos - que normalmente são os que dão as vitórias ou as derrotas - que gostariam de conhecer as propostas dos candidatos e até confrontá-los (pedir esclarecimentos) sobre as mesmas.

Penso não estar errado se escrever que, desde quase o seu início, o Reflexo, primeiro com público e depois "à porta fechada", fazia um serviço público, ao entrevistar os candidatos e proporcionar-lhes apresentar e discutir as suas propostas. Parece que - pelo menos já se estará a fazer tarde - vamos perder esta oportunidade de sermos esclarecidos e o jornal, a de prestar um serviço às populações.

A ser assim é pena. Algumas inverdades e outras que deveriam ser ainda mais fortemente classificadas, irão passar em claro - ou em escuro.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

10 setembro 2021

550 - ajudando a perceber... cada vez menos (iv)

 

Foto: Charneca antes de cortarem as árvores
Tenho lido em alguns papéis que me chegam às mãos (ou à caixa de correio) e algumas publicações, que não o Facebook, as considerações de alguns candidatos às próximas autárquicas. 

Hoje saiu o RFX. Que faz três perguntas sobre as motivações, projetos e perspetivas para o ato eleitoral. Enquanto alguns querem um lugar na Assembleia, outros querem o número suficiente de lugares que lhes permita ser Executivo. 

O título para cada resposta dos candidatos é sugestivo: o meu candidato diz "Queremos continuar a mudança iniciada há quatro anos" outro que "Os meus projetos continuam a ter o mesmo propósito, fazer a vila crescer", o Jorge Freitas que "Sou um taipense daqueles fervorosos, que gosta e sente a sua terra", o representante do BE, "Acredito que podemos ter uma vila mais inclusiva e sustentável" e, finalmente um jovem que "Vamos à luta, estamos lá aconteça o que acontecer".

Nem todos falaram usando a terceira pessoa do plural, centrando-se na primeira, como se essa apenas contasse. Todos eles podem ter as suas ambições que lhes permita "continuar a mudança", "ter o mesmo propósito", "sentir a sua terra", "ter uma vila inclusiva" e ir "à luta".

Em próxima oportunidade, faremos um rabisco sobre outras afirmações, mas tenho a sensação que há gente que quer fazer dos outros burros com afirmações hilariantes sobre o passado, o presente e, cuidado, sobre o futuro.

Que na hora do voto tenhamos o discernimento para avaliar REALMENTE e não embarcar em fantasias do que é possível realizar e o que é melhor para o coletivo, ou seja, para as Taipas.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.




03 setembro 2021

549 - Ajudando a perceber... cada vez menos (iii)

Foto: QV
Um destes dias, surpreendentemente, deparei-me com esta via quase romana. Há um bom par de anos que não passava lá. Estava escondida, protegendo uma promessa não cumprida. Subi estas escadas muitos e muitos anos, local privilegiado para sair da casa onde vi, pela primeira vez, a luz do dia.

O Largo da Pensão era ponto de encontro da miudagem dos Cantos de Cima, do Meio e de Baixo, assim como da Avenida da República: os filhos da Licinha da Seara e da Quesinha do Rabata e nada mais. De outros lugares outros se deslocavam, como os netos do S'Zé Custódio e os filhos do Mendes Carrejão.

Ao local que foi de veraneio para imensa gente e de nascimento para alguns dos Vilas, prometeram que o transformariam numa Residencial Sénior/Lar para Idosos. Transformou-se apenas num lugar feio e sujo a que muitos, por razões diversas, chamam de edifício emblemático. De emblema chegou a ter o do S.C.B., que meu pai costumava dizer que ali estagiava no tempo do Fernando Vaz, e que alguns jogadores fugiam, depois do jantar, descendo por um dos candeeiros junto ao quarto n.º 1.

Quando alguns insultam acusando de aproveitamento de outros, com as candidaturas, posso e tenho o direito de questionar se alguém se aproveitou com o investimento absurdo dos impostos dos contribuintes, sim, impostos dos contribuintes, palavra que muitos gostam de berrar, enterrado naquele edifício feio, sujo e emblemático.

Para aliviar a depressão junto a foto de um amigo, com quem tive o prazer de hoje tomar café.
Foto: QV

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.

30 agosto 2021

548 - Ajudando a... perceber cada vez menos (ii)

Antes de começar este segundo comentário, faço um aviso à navegação: nas últimas autárquicas apoiei e fiz parte da lista do Partido Socialista à Assembleia de Freguesia de Caldelas - Caldas das Taipas e, por proposta do Presidente de Junta, fui eleito pela Assembleia para membro do Executivo. No entanto, continuo a ser um cidadão livre e independente, não tenho nada a ver com qualquer partido a nível local, concelhio, distrital e, obviamente, nacional. Daí que, as coisas que se passam nos partidos, vejo-as como espectador e posso discordar delas, sem dever fidelidade ou encarneiranço, seja a quem for. No entanto, tenho as minhas simpatias partidárias e, dentro dos partidos, pessoais.

Temos assistido, nestes últimos quatro anos, a uma política radicalmente diferente dos reinados anteriores. O arremesso sistemático de pedras e pedregulhos, foi substituído por urbanidade, diálogo, reciprocidade e respeito. Sem deixar de "negociar" entre iguais - e percebendo as devidas dimensões - este executivo tem levado a água ao seu moinho.

Seria interessante verificar as diferenças entre 12 e 4, ou seja, entre os doze anos que antecederam os últimos quatro. Há respeito recíproco entre duas entidades e os entendimentos são conseguidos, a bem da freguesia e do povo que nela habita.

Apenas mais um parágrafo, que o texto já vai longo: alertaram-me para as palavras de alguém que terá dito que o atual Presidente da Junta se serve do lugar para que foi eleito, para colher benefícios para si próprio. Sobre isto, questiona-se: A profissão/ocupação de Luís Soares fica beneficiada com o cargo de Presidente de Junta? Tem alguma empresa que possa fornecer bens ou serviços à Freguesia? Precisa de contactos (mercê da sua eleição) para conseguir benefícios noutras entidades para si próprio? Não vejo a ligação. E, a quem diz as verborreias acima citadas, deve-se perguntar: então o homem é deputado da Assembleia da República e as funções de presidente de Junta é que lhe dão notoriedade?


E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando. 

26 agosto 2021

547 Cada vez percebo menos.

Foto: QV
Sei que estas coisas que vou para aqui garatujando não interessam nem ó Menino Jesus, daí que, escrever qualquer coisa é como "fazer o bem" nas palavras do meu primeiro patrão. Curiosamente terminei a vida ativa de quatro décadas, com o neto desses mesmo primeiro patrão que, entre a amizade, respeito e muito mais, me legou também um quadro, com letras gravadas na madeira. José Rodrigues Guimarães, a quem muitos chamavam acrescentavam "Figueiredo" dizia:
Fazer mal não, que é pecado. Fazer bem, é perder tempo.

E o porquê de me recordar da frase do quadro que mantenho em casa? Se trocar algumas palavras, a frase poderia ser: Concordar com mentiras não, que é pecado. Desmascará-las, é perder tempo. Ou como soe dizer-se: é dar pérolas a porcos.

No entanto, perante a grande onda de desinformação que se espalha por todo o lado, sem custos para o utilizador, não resisto a colocar em reflexão, algumas das mentiras que p'ra''í andam. Fá-lo-ei em próximas garatujadas, mas gostava que os meus amigos fizessem um exercício mental, tipo sudoku ou palavras cruzadas, sobre a verborreia que por aí gravita.

Gente que saiu do armário, como se nunca lá estivesse; gente que não mexe uma palha e depois diz que carregou um camião de bois com centeio; gente que sempre ofendeu e blasfemou e agora defende e louva as mesmas pessoas; gente que nunca esteve interessada e agora diz que muito/sempre se interessou.

Nestas questiúnculas tudo serve para denegrir, para atacar e para ser juiz em causa própria e ofendido em causas que são de outros.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando. 

08 maio 2021

546 - Agradecimento

O meu irmão Zé não resistiu e deixou-nos ficar.

Agradeço à sua mulher e minha cunhada, os anos que com ele viveu.

Agradeço aos meus sobrinhos José Luís e Sara Maria, os bons filhos que foram para ele.

Agradeço e ficarei refém desse agradecimento até que parta também, aos: 49 - 65 - 41 - 33 - 72 - 86 - 85 - 83 - 92 - 95 - 55 e 106, pela fidelidade demonstrada, apanágio de Homens fieis intérpretes da dignidade e da honra, que tanto os prejudicou.

Agradeço a todas e a todos que, ao longo da sua vida, foram seus amigos.

14 março 2021

545 - Por respeito (2)

Faz hoje um ano que coloquei esta mensagem no meu Vilasdastaipas. O que disse naquela, repito nesta. Tenho, porque não o perco, um enorme respeito pelo Dr. Mário Dias. Pelo Presidente da Junta que, após um ligeiro interregno de uma Comissão Administrativa, foi eleito para o lugar ocupado por quatro décadas pelo Vilinhas Pequenino.

Depois de ter aliviado do sofrimento muitas e muitas pessoas, sofreu para nos deixar faz hoje um ano.

Hoje como ontem, recordo o seu apoio e a sua crítica à atividade da sua Junta, com um simples telefonema, com uma mensagem breve. Parece que ainda o estou a ouvir:

Quim. Já disse ao Taibueiros. Está um buraco junto à...

Amigo, muitos buracos já foram tapados e todos os que aparecerem, também serão.


06 março 2021

544 - Mal prega frei Manel.

Corria o primeiro ano da década de 60 (acho eu, porque já vai há muito) quando a família do Custódio Vilas pegou nas armas e bagagens que tinha na Pensão Vilas e rumou a Terras de Sande, mais concretamente para o Lugar da Ribeira.

Nessa altura, embora o Padre António ainda fosse vivo, quem paroquiava a freguesia era o Dr. José de Jesus Ribeiro, homem inteligente, sabido, perspicaz e grande pregador. Ainda me lembro - porque meu Pai era quem lhe fazia os serviços de carro de aluguer - que era convidado amiudadas vezes para, do púlpito de diversas paróquias, prender os fieis com os seus sermões. Até a Cidade dos Arcebispos o acolheu várias vezes, na Semana Santa, para "pregar" na procissão do Enterro do Senhor. O Dr. Jesus Ribeiro defendia com ardor os temas abordados no sermão, não fora ele um servidor da Fé Cristã. Logo, acreditava na mensagem que passava para os fieis.

Presentemente também existem outros Drs. Ribeiro que, não nos púlpitos das paróquias, mas noutros, também tentam pregar e convencer os seus fieis (se é que os tem) dos benefícios da sua doutrina. Só que o seu sermão não tem substância, é fraco e nem mesmo o pregador tem fé no propalado. E não confiando no que diz, até escreve inverdades (para não lhe chamar outra coisa) e tenta alterar o curso da história, mercê da sua ignorância sobre o passado da Vila, dando a paternidade a coisas que não são, nem foram, dos pais que ele invoca.

"Mal prega frei Manel" e com estas pregações, outra banhada se perspectiva.

E eu vou andando por aí e, por simpatia, também vou assobiando.